O último dia
O meu último dia de trabalho foi a 22 de março. Foi um dia agitado, mas muito feliz, que traduz bastante bem como foram os últimos quatro anos.
Depois de uma reunião que durou toda a manhã, de um almoço um tanto ou quanto apressado com a equipa e de uma tarde a passar trabalho e organizar as últimas coisas em falta, foi hora da despedida. Trabalhei num departamento de aproximadamente 60 pessoas e foi muito bonito ver que toquei quase todas elas, foi muito bonito sentir que as pessoas estavam felizes por mim, porque estavam, por ter tido a audácia de mudar. Tanto que tentavam esconder a tristeza de me ver sair, a saudade que teimava em começar a fazer-se sentir. E a minha equipa... Nem há palavras para a minha equipa! Fizeram-me a melhor surpresa de todas e deram-me a melhor prenda: uma compilação das nossas memórias ao longo destes quatro anos.
Nunca pensei que o meu último dia de trabalho ali fosse um atropelo tão grande de emoções. Já tinha assistido a algumas (poucas) saídas, mas nada me tinha preparado para a minha, para aquilo que eu ia experienciar. Saí com a minha caixinha de cartão com todas as memórias dos últimos quatro anos e a transbordar de ramos de flores e com um sorriso de orelha a orelha.
Foi maioritariamente feliz nos últimos quatro anos, mas nenhum dia foi tão feliz como o último. E isso só pode ser um bom presságio do que vem a seguir e da certeza de ter tomado a decisão certa.