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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

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10.Nov.17

É legítimo perguntarem-nos o salário?

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Trabalho na área de Recursos Humanos ou, como eu prefiro dizer, na área de Gestão das Pessoas e no LinkedIn surgem perspetivas muito interessantes sobre os mais diversos assuntos relacionados com esta área. Hoje, numa das minhas muitas incursões nesta rede, deparei-me com uma esta partilha que levanta uma questão verdadeiramente importante: é ou não legítimo, num processo de recrutamento, questionar sobre o salário anterior?

De facto a minha experiência em matéria de recrutamento é parca e, felizmente, não integrei muitos processos de recrutamento enquanto candidata ou quando o fiz não tinha ainda experiência profissional que justificasse uma questão deste género da outra parte, mas sei que esta é uma prática recorrente em processos de recrutamento e seleção e isso mexe-me com os nervos.

Depois de ter visto esta publicação e a discussão que se gerou, dei por mim num processo de reflexão sobre esta prática (aparentemente recorrente) dos profissionais de recursos humanos. Então mas em que é que este dado influencia a seleção ou não do candidato? O espetro salarial não estará, à partida, definido aquando da abertura de uma vaga?

Na situação específica da publicação que gerou esta discussão está em causa um processo de head hunting, aplicável, normalmente, a cargos com elevada responsabilidade e poder decisório e aí compreendo que o vencimento possa diferir, conforme as habilitações e experiência demonstrada, podendo este input do candidato ajudar a definir esse espetro. No entanto, das partilhas de experiência que se lhe seguiram, pessoas com os mais variados graus e experiências profissionais passaram pela mesma situção ou foram ainda questionadas sobre quanto achariam que deveriam auferir naquela posição?

Ora bem, parece-me a mim que, se em casos de elevada responsabilidade e poder decisório isto possa fazer sentido, outros há que terão muito pouca influência. Se há 5 técnicos de manutenção numa empresa e se os seus salários variam entre x e y também o do candidato se deve inserir nesse intervalo, ou não?

Na verdade, entendo esta questão como uma forma de as empresas justificarem a perpetuação dos salários inferiores face às competências demonstradas, pelo facto de colocarem o candidato numa posição constrangedora. Isto porque se eu, candidato, não quero parecer presunçoso e pôr em causa a seleção, se calhar dou como indicação um valor aquém do expectável... Por outro lado se reconhecer todo o meu potencial e os benefícios que posso acrescentar à equipa e indicar um valor de 2000€ (quando a empresa tinha previsto um salário de 1200€) posso ser tido como presunçoso e eliminado logo à partida. Não é mais fácil expôr as condições e o candidato optar se correspondem ou não às expectativas antes mesmo de se candidatar? Não acham que isso pouparia tempo e dinheiro a toda a gente?

 

Caros colegas de RH, se há um salário previsto para aquela função apresentem-no ao candidato. Exponham todas as condições e negoceiem. Agora não venham com rodeios, porque ainda que possam ser legítimos, não me parecem eticamente corretos.

 

 

 

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