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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

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23.Mai.19

Dos sítios que valem (muito) a pena #13 - Banguecoque

Estive na Tailândia pela primeira vez há 11 anos, com a minha família. Fizemos o percurso mais típico de visitar Banguecoque e Phuket, com uma visita às ilhas PhiPhi. Na altura fiquei perdida de amores por Banguecoque e com a sensação de que tinha ficado muita coisa por ver de todo o país e daquela cultura, de forma que ficou sempre o bichinho de lá voltar.

E foi este ano que decidi passar 3 semanas a percorrer a Tailândia, com a A.. E gente, que lindo que foi!  Considero que, logo a seguir a ter feito ERASMUS sozinha, esta foi a minha segunda grande aventura, ir de férias para a Tailândia, durante 23 dias, com a minha melhor amiga. Era o destino de sonho da A. e eu queria muito muito lá voltar...

Estivemos alguns meses a preparar a viagem, não só no que refere à marcação de voos e alojamentos, mas sobretudo a decidir qual o itinerário que ia mais ao encontro das nossas expectativas, dentro do tempo que tínhamos e considerando as deslocações necessárias. Assim e após muitas consideraçoes, concordamos no seguinte itinerário: Bangkok - Ayuthaya - Chiang Mai - Phuket - Phi Phi - Koh Samui - Koh Tao - Bangkok, por combinar cidade com cultura, natureza e, claro, praia.

 

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Hoje deixo-vos o testemunho da nossa viagem, começando pelo início - Bangkok. E descansem essas almas que não tarda sai um post com dicas sobre viajar na Ásia on a budget. Se tiverem questões, deixem nos comentários que eu tentarei dar resposta. Ora então vamos a isto:

Banguecoque

O nosso primeiro destino foi Banguecoque. Da última vez que lá tinha estado apaixonei-me pela cidade, pela confusão de carros, barulhos, trânsito, fios elétricos e odores. Nunca tinha visto cidade como Banguecoque e, da segunda vez, acho que fiquei a gostar ainda mais.

Na nossa primeira paragem em Banguecoque ficámos hospedadas na zona velha da cidade e consegui ver uma parte de Banguecoque que ainda não tinha visto, mas que adorei - muito mais típica, com toda uma confusão de cheiros, barulhos e costumes bem típicos desta zona. É aqui, nas ruelas estreitas e overcrowded que podemos ter a perceção de como as pessoas realmente vivem.

É natural que surja aqui um pequeno choque cultural, mas com o passar do tempo começamos a relativizar pequenos gestos como descalçar sapatos para entrar em praticamente todo o lado, comer em mesas de plástico, partilhadas com estranhos, no meio de um passeio de uma rua super movimentada, com muito pouca higiene e, claro, arriscar a vida a andar de tuk tuk.

Dia 1

Estivemos em Banguecoque 3 dias e, como fizemos pouco planeamento para esta cidade foi perfeito, mas caso consigam planear as coisas direitinho diria que dois dias são suficientes. O nosso primeiro dia em Banguecoque foi um tanto ou quanto desperdiçado. Isto porque não nos vestimos a rigor para visitar o Grand Palace e todos os templos em redor e, como tal, não foi permitida a nossa entrada.

Dica: Aproveitem para visitar todos os templos num dia, é tudo extremamente perto e faz-se muito bem. Além de que, com o calor que se faz sentir em Bangkok, andar de joelhos e ombros tapados mais do que um dia pode ser bastante doloroso. Quando estiverem a preparar os outfits tenham especial atenção a decotes e transparências que também não são bem vistos. Nos locais vendem-se e alugam-se algumas peças de roupa aprovadas para entrada nos templos, mas são demasiado caras e não valem a pena (da última vez que lá estive existiam grátis para as pessoas usarem e devolverem no final, mas com o incremento de turistas isto virou negócio também). 

Então, após ter sido negada a nossa entrada no Grand Palace e como o mesmo iria acontecer com todos os outros templos, optámos por seguir um plano B. Fizemos um cruzeiro pelo canal que não foi assim a meeeelhor experiência deste mundo, porque a zona em que estávamos não era muito turística, mas que permitiu vermos mais um bocadinho da cidade. E, dado que todas as nossas viagens de ligação entre cidades tinham sido previamente reservadas online através do 12Go Asia, que é assim só a melhor coisa deste mundo, tivemos de ir aos escritórios para fazer o levantamento dos bilhetes (prometo que no post das dicas explico um pouquinho melhor). De forma que, entre chegar lá e tratar de tudo o que estava em falta, aguardar pelos bilhetes e mimimi se passou uma tarde. À noite, como não poderia deixar de ser, fomos a Koh San Road, uma das ruas mais míticas da cidade, para jantar. É uma paragem imperdível, com ótima comida, a preços super acessíveis e com algumas opções para aqueles mais corajosos que queiram experimentar escorpiões, baratas, grilos e outras especialidades.

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Viagem de tuk tuk

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Koh San Road

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A confusão normal das ruas (atentem, especialmente, no emaranhado de cabos elétricos)

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Stand de comida

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Restaurante de rua

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Uma casa / garagem / mercearia. Esta imagem é bastante usual na zona em que estávamos hospedadas.

Dia 2

No segundo dia fizemos então a visita aos templos mais relevantes: Grand Palace, Wat Arun, Wat Pho e Wat Traimit. Eu já tinha estado em todos eles, mas voltei a perder-me de amores. Sim, são zonas inundadas de turistas, é insuportável aguentar o calor estando de vestido comprido (como era o nosso caso) e é suuuuuuper difícil conseguir uma sombra para descansar um bocadinho ou até descobrir um local mais recatado para tirar fotos incríveis, mas é tudo super imponente, tudo repleto de significado, que vale super a pena visitar, mesmo que não sejam destas coisas.

Dica: Se ficarem alojados nesta zona, aproveitem para se deslocarem de barco. É um barco turístico, super confortável e, normalmente, não é muito concorrido. Podem consultar mais informações aqui, mas essencialmente há uma série de paragens para os principais pontos da cidade e o bilhete custa qualquer coisa como 0,3€. Na nossa perspetiva, acaba por ser uma melhor experiência do que o tuk tuk.

Depois de percorrermos os templos todos, aproveitámos para visitar o ICONSIAM, um centro comercial incrível, com milhares de lojas de luxo nos andares superiores, ao passo que no andar de baixo existe um mercado típico, que funciona não só com stands normais, estilo barraquinhas, como também com stands em jeito de mercado flutuante, com canais a sério. Vale muito a pena a visita! De lá seguimos para a zona do Asiatique, uma zona bastante recente, que me fez lembrar todas as imagens que nos chegam do California Pier, com a roda-gigante e imensas barraquinhas, com opções de comida para todos os gostos e bastante artesanato local.

Como não podia deixar de ser, fomos também fazer a visita ao Sky Bar (o mítico rooftop do filme Hangover II), no Lebua State Tower, que tem umas vistas incríveis sobre a cidade. Recomendo muito a visita! Lembrem-se que devem ter atenção à roupa e que é tudo caríssimo, é super fácil gastar 50€ num cocktail.

Dica: Se, como nós, fizerem a viagem on a budget, podem na mesma visitar o Sky Bar. Há imensos relatos online de que não se pode visitar sem consumir, mas posso assegurar-vos que não é verdade. Tudo depende do à vontade que tiverem a dizer que não e de não se importarem de ser convidados a sair. No nosso caso, conseguimos estar lá um bocadinho e aproveitar a vista sobre a cidade, bem como tirar várias fotos.

Acabámos a jantar em Chinatown, uma zona da cidade que também vale muito a pena, mas só a partir das 17h00. Esta foi a única altura em toda a viagem em que sentimos algum perigo. Chinatown é uma zona com bastante confusão e sentimos que, em algum momento, fomos "marcadas" por dois homens, que acabaram por nos seguir durante algum tempo. Conseguimos desviar-nos deles, mas recomendo que tenham especial cuidado nesta zona.

 

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Trajes típicos (muito pouco vistos)

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Wat Arun

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Grand Palace

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Portugal, representado no cais do Asiatique

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ICONSIAM

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Vista do Sky Bar

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Chinatown

 

Dia 3

No nosso terceiro e último dia em Bangkok decidimos fazer uma excursão, marcada através do nosso hostel, para visitarmos o famoso Damnoen Saduak Floating Market (o mercado flutuante) e o Maeklong Railway Market (aquele mercado instalado numa linha de comboio, que obriga a que as coisas sejam retiradas sempre que passa o comboio).

A melhor forma de irem a estes dois mercados é mesmo com uma excursão, dado que ainda são bastante afastados da cidade. No nosso caso, optámos por uma excursão que, na realidade, só incluía o transporte, isto é, não havia visitas guiadas, o que nós preferimos. Essencialmente cada pessoa estava à sua vontade, desde que à hora combinada estivesse no local de partida. Esta modalidade custou 14€ por pessoa. Sei que existem outras opções mais caras, mas, claro, tudo depende daquilo que quiserem ver e fazer.

No mercado flutuante recomendo muiiiiiito que façam uma viagem de barco para que possam viver mesmo o mercado e fazer as compras no canal. Nós conseguimos fazer uma viagem de uma hora por 5€ num barco a remo. Lembrem-se que todos os preços são negociáveis ;) Existem barcos a motor, também, mas não recomendo. Não só porque não é a experiência típica, como porque o barulho e odor estragam todo o ambiente circundante.

Após o regresso à cidade, decidimos ir ao mercado Ratchada Rot Fai Train Night Market, um mercado noturno absolutamente incrível e demos ainda um saltinho à zona do Soy Cowboy, o chamado Red Light District de Bangkok (que também aparece no filme Hangover II, como não podia deixar de ser).

Para fazermos estas viagens entre locais utilizámos, maioritariamente, os tuk tuk e andámos a pé, muito.

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Damnoen Saduak Floating Market

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Damnoen Saduak Floating Market

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Maeklong Railway Market

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Ratchada Rot Fai Train Night Market

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Soy Cowboy Walk

Disclaimer: as fotos desta viagem foram todas tiradas com o Huawei P20 ou Huawei P20 Pro ou ainda com a GoPro Hero 7 Silver.

21.Mai.19

#semdesculpas

Já vos falei, no último post, sobre a importância de votar, sempre, mas sobretudo relativamente às eleições para o parlamento europeu, no próximo domingo. E, talvez eu tenha acordado tarde para estas questões do voto em situações mais delicadas, mas só agora me apercebi que nem sempre as pessoas que recorrem ao voto antecipado é por bons motivos (leia-se viajar).

E isto porquê? Ora então, tenho um familiar internado há algum tempo. Está em perfeitas condições psicológicas e o problema em nada afetou ou afeta o seu julgamento e, como cidadão responsável que é, gostava de poder exercer o seu direito ao voto. Acontece que eu achava que as pessoas que estão internadas no hospital podiam votar. Nunca pensei muito sobre isto, mas sempre assumi que houvesse urnas também nestes locais, considerando que as pessoas estão limitadas, quer os utentes, quer os profissionais de saúde. Tentei informar-me no hospital e não existe prática de nada disto, por isso não sei bem de onde retirei esta ideia, mas os enfermeiros sugeriram que me informasse na minha junta de freguesia sobre quais as opções que existem para que se possa exercer o direito ao voto.

A verdade é que fui pesquisar sobre o assunto e encontrei aqui, muita informação e imensas opções para casos mais delicados, quer doentes internados, quer presos ou outros... No meu caso específico, este voto antecipado já não vai a tempo, porque há determinados prazos a cumprir e nada faria prever que o internamento se alongasse até agora, mas, de todo o modo, decidi partilhar a informação com vocês, seja para estas eleições, seja para as próximas. Porque não devem existir desculpas para não votarmos, seja em que condições for. 

15.Mai.19

Aviso à navegação

Para todos aqueles que dizem "Ah, mas eu nem sei em quem é para votar!", e como eu não quero que vos falte nada, deixo-vos aqui um teste muito simples  para que possam perceber quais dos eurodeputados portugueses se enquadram as vossas opiniões.

Acho que é um bom ponto de partida para que depois possam explorar um bocadinho mais o manifesto de cada um. E não se esqueçam de votar dia 26 de maio! Já sabem: if you change nothing, nothing will change.

14.Mai.19

O último dia

O meu último dia de trabalho foi a 22 de março. Foi um dia agitado, mas muito feliz, que traduz bastante bem como foram os últimos quatro anos.

Depois de uma reunião que durou toda a manhã, de um almoço um tanto ou quanto apressado com a equipa e de uma tarde a passar trabalho e organizar as últimas coisas em falta, foi hora da despedida. Trabalhei num departamento de aproximadamente 60 pessoas e foi muito bonito ver que toquei quase todas elas, foi muito bonito sentir que as pessoas estavam felizes por mim, porque estavam, por ter tido a audácia de mudar. Tanto que tentavam esconder a tristeza de me ver sair, a saudade que teimava em começar a fazer-se sentir. E a minha equipa... Nem há palavras para a minha equipa! Fizeram-me a melhor surpresa de todas e deram-me a melhor prenda: uma compilação das nossas memórias ao longo destes quatro anos.

Nunca pensei que o meu último dia de trabalho ali fosse um atropelo tão grande de emoções. Já tinha assistido a algumas (poucas) saídas, mas nada me tinha preparado para a minha, para aquilo que eu ia experienciar. Saí com a minha caixinha de cartão com todas as memórias dos últimos quatro anos e a transbordar de ramos de flores e com um sorriso de orelha a orelha.

Foi maioritariamente feliz nos últimos quatro anos, mas nenhum dia foi tão feliz como o último. E isso só pode ser um bom presságio do que vem a seguir e da certeza de ter tomado a decisão certa.

 

13.Mai.19

Retomar

Não sei bem como retomar, depois de quase dois meses de ausência. Sei que pode ter parecido desleixo da minha parte (talvez seja e eu queira só negá-lo), mas tive a vida tão preenchida nestes últimos dois meses, que não tirei o tempo que partilhar tudo isso aqui merecia. 

Estou de volta agora e prometo tentar compensar a ausêcia e trazer-vos coisas boas. Porque os últimos meses foram, essencialmente, de coisas boas.