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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

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Devaneios sobre tudo e sobre nada.

19.Mar.19

Dos sítios que valem a pena #12 - Paris

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Paris nunca foi a minha cidade. É uma cidade bonita, é uma cidade imponente e com milhões de história, sem dúvida. Mas falta-lhe um je ne sais quois...

Já lá tinha ido umas cinco vezes e sempre foi esta a minha perspetiva. No entanto e porque sinto sempre que o problema é meu, decidi lá voltar. Desta vez com um grupo de amigas. A C. esteve lá no ano passado, a-d-o-r-o-u e lembrou-nos de uma coisa espetacular: todos os europeus com menos de 26 anos têm entrada gratuita em tooooodos os museus. Esta pareceu-me a desculpa ideal para voltar a Paris e tirar as teimas.

Aproveitamos o fim-de-semana prolongado do Carnaval e rumámos à cidade das luzes. Apesar de termos apanhado um tempo um bocadinho ranhoso, sempre nublado e com chuva da parte da manhã e algumas abertas da parte da tarde, passeámos por toooodo o lado. De Versalhes a Sacré-Couer, passando por todos os pontos importantes da cidade, como o Arco do Triunfo, a Torre Eifell (que está artilhada que só ela), o Moulin Rouge, o Panteão, a Ópera, Les Invalides, o Grand e o Petit Palais, a Catedral de Notre-Dame, o Louvre, o Museu d'Orsay e possivelmente outros quantos pontos dos quais me estou a esquecer. Vimos tudo o que um bom turista deve ver.

E, de facto, a cidade é impressionante. De todas as vezes em que estive em Paris fui conseguindo ver cantinhos da cidade que desconhecia, absorver um pouco mais e nenhuma viagem me permitiu mais isso do que esta. O Museu d'Orsay é simplesmente incrível e os jardins do Palácio de Versalhes são verdadeiramente imponentes, transportam-nos àquele tempo, levam-nos a imaginar como seria a vida ali, naquela imensidão. A cidade é incrível e apesar de estar recheada de turistas, tem uma leveza muito particular. Comer um crepe nas margens do Sena ou ler um livro no Jardin des Tuileries numa cidade tão vibrante como Paris pode não parecer ideal, mas a verdade é que a cidade tem esta particularidade de, no meio de toda a agitação, nos permitir relaxar e absorver toda a envolvente.

Gostei muito. Fiquei com uma nova perspetiva da cidade, mas a verdade é que continua sem me conquistar, continua a não ser a minha cidade. Ainda assim, acho que vale sempre a pena visitarem.

Como sempre, deixo-vos com algumas fotos. A maioria não são da minha autoria, porque a C. tem outra sensibilidade para a fotografia e para Paris, em particular.

 

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Musée d'Orsay

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Musée d'Orsay

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Musée d'Orsay

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Museé d'Orsay

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Pont Alexandre III

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Pont Alexandre III

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Versailles

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Versailles

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Versailles

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Torre Eiffel

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Não me lembro do que isto é, sinceramente

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Petit Palais

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Petit Palais

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Louvre

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Vista do Louvre

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Louvre

 

 

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Moulin Rouge

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Pantheón

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Jardin des Tuileries

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Jardin du Luxembourg

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Ópera

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Galeries Lafayette

18.Mar.19

Cold feet

A ideia de mudar de emprego não é nova. Tive a sorte de poder ficar no sítio onde fiz estágio profissional e tem sido um percurso extremamente positivo e compensador, mas o meu objetivo nunca foi ficar por aqui. Sempre quis experimentar coisas diferentes, conhecer realidades diferentes e aprender, muito, para poder ser melhor, um bocadinho em cada dia.

O ano passado foi o mais atribulado da minha vida adulta e a vontade de sair e de mudar começou a crescer cada vez mais. Não só por querer aprender e fazer mais do que aquilo que sinto que conseguiria fazer onde estou, mas também por não me rever nesta nova forma de gestão, por não me rever nas decisões que têm vindo a ser tomadas e por reconhecer, agora mais realisticamente do que quando entrei, que a probabilidade de progressão é ínfima. E não, não me refiro ao paycheck no final do mês, mas sim ao trabalho e às funções... Lá está, esta vontade de querer fazer mais, aprender mais.

Foi por isto tudo que decidi sair. Aliás, decidi deixar a porta entreaberta, com a possibilidade de regressar se as coisas não correrem bem doravante. Hoje começa a minha última semana de trabalho aqui, onde trabalho há quase quatro anos, onde entrei pequenina e fui crescendo enquanto pessoa e profissional, onde tive a sorte de ter uma equipa incrível, com todos os seus defeitos e feitios, de ter a melhor chefe que poderia ter tido, onde tive a sorte de abraçar inúmeros projetos, de fazer tanta coisa e conhecer tanta gente boa, que levo comigo.  

Hoje começa a minha última semana de trabalho e não consegui dormir. Tenho um friozinho na barriga e um medo terrível de que as coisas corram mal. Tenho em cima da mesa duas propostas, duas propostas super ambiciosas. A decisão está quase tomada, mas agora estou com medo de sair. Não sei o que me espera e estou a começar a ficar com cold feet, estou a começar a pensar em voltar atrás e deixar-me estar, quietinha no meu canto, que já conheço tão bem.

Hoje começa a minha última semana de trabalho e eu ainda não sei bem como isto aconteceu.

07.Mar.19

Está escolhida a escandaleira da semana? #4

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Então não é que o Chef Kiko andou a pregar por este nosso Portugal que tinha vencido um concurso super especialíssimo da NASA, que iria levar as suas receitas de bolinhos de bacalhau a Marte e mimimi e afinal a realidade está a anos-luz do que realmente aconteceu? Ah?

Ora então: o Chef Kiko que, desde logo, deixa muito a desejar quando, depois dos 12 anos, continua a querer que as pessoas o tratem pelo diminutivo de Kiko, que afinal não foi convidado coisa nenhuma, mas que se candidatou a um concurso denominado La Patata Marciana (isto de facto ao nível de nomes está cada vez melhor), organizado por um conjunto de entidades afiliadas da NASA e não a própria da NASA, com o objetivo de reunir uma série de receitas cujo ingrediente principal seja uma das variedades da batata, selecionadas para serem cultivadas em Marte, segundo esta notícia, afinal também não vai levar os sabores de Portugal a Marte.

O que eu acho curioso no meio disto tudo é o facto de o Chef Kiko ter invadido todos os media portugueses com a promessa de levar um bocadinho de Portugal a Marte, de ter sido aplaudido pelo reconhecimento (que, afinal, não é assim tão grandioso), ter ido ao Programa da Cristina que, ao que parece, é o ex-líbris da televisão nacional, com uma semi-verdade e ninguém se ter dado ao trabalho de fazer fact-check da história. I mean, estamos em 2019, toda a informação deste mundo está disponível à distância de um clique e há uma série de pessoas a trabalhar em redações e coisas que tais que divulgam uma notícia, com base num post do Facebook do Chef Kiko que, entretanto, já foi editado para corresponder à verdade.

Isto é que eu acho verdadeiramente curioso, a leviandade com que se propagam "notícias" sem que estas sejam devidamente verificadas. Para mim, esta é a verdadeira escandaleira, porque eu não poderia querer saber menos do Chef Kiko. Ainda assim, o senhor achou que se devia explicar e então publica esta singela mensagem, com um toque humorístico e uma leve superioridade, partilhada, claro está, pela Cristina Ferreira, que se deixou ser comida de cebolada nesta questão toda:

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Ora, eu não sei quanto a vocês, mas aqui não me parece haver nenhum reconhecimento do erro. Sim, porque de facto foi um erro exacerbar o prémio atribuído e torná-lo uma coisa oficialíssima e super importante. E ver que esta mensagem é partilhada pela Cristina, que o levou ao seu programa com todo o alarido de quem ia levar as receitas do Chef Kiko a Marte, como se o burburinho que se gerou à volta desta questão fosse completamente descabido, porque afinal toda a informação veiculada é real, como se pode perceber com este diálogo:

- O que é que se passa contigo, homem, para vires assim?
- Isto não é Marte?
- Não, é mesmo a casa da Cristina! Enganaste-te, foi?
- Não me enganei nada…!
- 'Tás quase a ir lá não tarda…
- Vou-te mostrar uma coisa. Eu vou para Marte!
- Vais mesmo?
- Vou. Aliás, não sou eu que vou a Marte. É uma comida que estou a preparar que vai a Marte.
- Oh, pá, isso é tão giro, quero que me expliques tudo.
- Oh pá, anda cá e explica-me o que é que vai acontecer, que eu ainda não percebi bem. O que é que vai chegar a Marte?
- A ideia é que estas pequenas bolinhas [a sua receita: bolinhos de bacalhau], que simbolizam basicamente o planeta Marte, cheguem a Marte. Isto começou por ser uma brincadeira. Foi um concurso. Aliás, não foi brincadeira nenhuma. Foi um concurso da NASA, [não há] nada mais credível no mundo do que a NASA.
- Só a NASA!
- E convidaram-me para preparar uma receita para enviar para Marte.
- Mas como é que eles chegam a ti?
- Isto foi um concurso do mundo inteiro e agora ganhei. Ainda não ganhei. Ganhei a possibilidade de ir à final com quatro cozinheiros do mundo inteiro.
- Oh pá, que fixe!
- A ver se o prémio vem para Portugal.

Não me interpretem mal gente. Isto não é uma crítica só à Cristina que, ainda assim, é uma pessoa que admiro muito, mas é uma crítica sim aos media em geral.