Lembram-se de, com 14 anos, terem imeeeeensos amigos virtuais? Daqueles que não conheciam de lado absolutamente nenhum ou que eram amigos do amigo daquela nossa prima? Pessoas que nos surgiam na vida pelo hi5 ou pelo MSN, mas que, do nada, se tornavam grandes amigos? Lembram-se? Naquele tempo em que as mensagens ainda eram limitadas e a gente ficava tristíssima por, ali no final do mês, já não poder estar seeeeeeeeeeeeeempre a falar com eles? Se isto não vos é familiar vocês não tiveram adolescência gente! Eu lembro-me perfeitamente disto! Era tudo maravilhoso e espetacular, super amigos e mimimi, mas depois, quando nos encontrávamos pessoalmente, raras vezes a coisa corria bem, porque não nos sentíamos assim tão à vontade como acharíamos... Outras vezes não, a coisa corria super bem e juntavam-se ao nosso grupo de amigos. Tive alguns destes amigos "virtuais", uns durante mais tempo que outros, uns que passaram do domínio virtual para o pessoal e outros até que se tornaram um bocadinho mais que amigos. Mas tive, na altura em que é normal ter (acho eu). Não estava nada à espera que tal me voltasse a acontecer aos 25 anos.
Ora então, o Z. não era, propriamente, uma pessoa desconhecida. Andámos juntos na Faculdade e fizemos parte de uma mesma associação, mas só lá estivemos em simultâneo um fim-de-semana - o meu fim-de-semana de integração e o dele de despedida. Ou seja, nunca tínhamos falado. No entanto sempre fomos "amigos" virtuais, quer no Facebook, quer no Instagram - aqueles pessoas com quem já nos cruzamos em algum momento da vida e que fazem parte das nossas redes, sabem? Anyway, eu e o Z. fazíamos parte das redes um do outro, mas nunca falávamos ou comentávamos o que quer que fosse. Até que, no início deste ano, o Z. começou a ser presença assídua a responder aos meus stories no Instagram (vocês não sabem isto, mas eu faço stories muito engraçados) e começamos a falar, assim muito de vez em quando, sobre assuntos muito pouco sérios e sempre na base da ironia.
O Z., como pessoa incrível que é, apercebeu-se que eu não estava bem, ali em junho. Isto porque, vocês também não sabem, mas as minhas partilhas nas redes dimunuíram significativamente. A modos que o Z. partiu da abordagem brincalhona e irónica para uma abordagem mais preocupada, mais de amigo. E assim, aos bocadinhos, o Z. tornou-se uma das pessoas mais importantes nesta fase da minha vida, ajudou-me (e ajuda-me) a olhar as coisas de outro prisma, a melhorar... E eu sei (e ele também) que esta relação é muito mais benéfica para mim do que para ele, que só me ouve a "choramingar" sobre tudo e sobre nada. Já tivemos a oportunidade de nos encontrarmos pessoalmente e foi mesmo como se fôssemos amigos há milhões de anos, o que me parece um bom auguro. O Z. abraçou agora um novo desafio profissional na Irlanda, o meu país do coração e eu não podia estar mais feliz por ele.
Há pessoas verdadeiramente incríveis que entram na nossa vida no momento certo e o Z. foi uma delas. Não foi da maneira tradicional, é verdade. Mas isto só nos relembra do quão incríveis podem ser as redes sociais. E afinal, ao contrário do que eu achava, os amigos virtuais não são (só) coisa de adolescentes. Em calhando a coisa até funciona melhor aos 25.
Depois de uma semana de imersão num curso executivo para lá de espetacular (do qual também falarei em breve), fui, ontem, a mais uma conferência sobre a gestão de recursos humanos, mais especificamente no que refere ao papel das soft skills na gestão e liderança de pessoas e, provavelmente, quando estiverem a ler isto, estarei já a caminho de outra, ainda que com uma premissa diferente.
Mas então e o que é que se aprende nas conferências da especialidade? Porque é que há uma imensidão de conferências e seminários de RH? Acredito que haja de outras áreas também, perdoem-me, mas que vou só falar da realidade que, efetivamente, conheço. Ora, desde logo, considerando que estão em causa as pessoas e que estas têm particularidades distintas, seria de esperar que não houvesse uma fórmula one size fits all.
No entanto é isso que nos é passado em tooooooooooodas as conferências / seminários a que já fui sobre este assunto. O discurso é (quase) sempre politicamente correto, diretamente tirado de um livro sobre as melhores práticas de RH, mas que todos sabemos que nem sempre são possíveis de se realizar, seja pelo contexto, seja pelas próprias pessoas (do líder à equipa). A única altura em que pude ouvir um orador expressar a realidade nua e crua dos problemas das organizações e como é que, naquela organização em específico, lidavam com essas matérias, com exemplos práticos e concretos (coisa rara em eventos deste tipo), foi ver todos os outros oradores a remexerem-se nas cadeiras e a contraporem que tais políticas não são ajustadas à realidade organizacional que conhecem. Mas I mean, essa é a parte boa não é? Ouvirmos o que os outros fazem, como lidam com os problemas e aprender com isso, ajustar isso à nossa realidade. Por algum motivo não é isto que se passa nos seminários ou conferências a que tenho tido a possibilidade de ir.
Não me interpretem mal. Aprendo sempre muito e há partilhas verdadeiramente interessantes, só gostava que fossem um bocadinho mais cruas. E dou-vos um exemplo muito prático. Ontem, o orador que mais gostei de ouvir falar (que, por acaso, nem era da área de gestão) disse qualquer coisa como "Enquanto líderes temos de nos focar sempre no que as pessoas têm de bom, sempre no lado positivo. Eu até posso ter uma pessoa na equipa que faz 95% das coisas mal, mas eu tenho de me focar nos 5% que a pessoa faz bem e motivá-la a partir daí". Ora, eu concordo muito com esta afirmação e acho que, verdadeiramente, isto deve ser ótimo para a promoção de equipas felizes. Felizmente tenho uma chefia que pensa muito assim e tenta gerir-nos segundo este princípio, mas quer dizer, nem sempre as coisas podem ser assim e o interessante, para mim, é perceber o papel do líder em situações de extrema pressão. Porque tenho a certeza que, numa situação extrema, nenhum líder consegue congratular pelos 5% bem executados, quando os restantes 95% estão mal, não obstante toda a pedagogia que possa estar envolvida. Mais do que palavras, creio que é importante partilhar situações concretas e o modo como reagimos, seja enquanto pessoas, seja enquanto RH. Eu gosto muito disto, da gestão de pessoas e feitios, apesar de reconhecer que (cada vez mais) ainda tenho tanto para aprender e muitas arestas para limar, e os momentos de partilha são cruciais, sejam mais ou menos condizentes com a literatura da área.
Essencialmente aprendemos a selecionar o que ouvimos, porque nem todas as empresas representadas são o mar de rosas que os oradores fazem parecer ser, mas se lhes soubermos retirar o floreado todo, há aprendizagens interessantes e bagagem para melhoria contínua dentro das nossas próprias organizações.
O debate sobre a multiplicidade de gerações no mercado de trabalho e desafios que isso acarreta continua a ser o tema da ordem do dia, assim como a atração e retenção do talento de uma geração que, como eu, procura colecionar experiências ou mesmo a dificuldade em atrair pessoas para a área dos sistemas da informação, áreas em que não só é muiiiiiito difícil atrair talento, como é ainda mais difícil cumprir quotas de género.
Mantenho-vos a par das minhas aprendizagens por este mundo!
Não sei se estão a par, mas na segunda-feira o mundo (virtual) caiu com o mais recente vídeo do Wuant, que podem ver aqui, sobre o artigo 13 e as implicações nas redes sociais. Só me apercebi mesmo ao final do dia quando vi youtubers, instagrammers e tuditudi a partilhar o vídeo como uma espécie de presságio do fim do mundo, alarmadíssimos com o fim da Internet.
Vi, pela primeira vez, um vídeo do Wuant. Já tinha ouvido falar daquele que é, afinal de contas, o maior youtuber português, mas a verdade é que nunca tinha visto nada dele e percebi, claramente, o motivo de tanto sucesso. Álaber uma coisa, o público-alvo do Wuant são miúdos e criar um vídeo denominado "o meu canal vai ser apagado" é o equivalente a ter milhares de visualizações de miúdos alarmados. Foi precisamente isso que aconteceu, só que o alarmismo estendeu-se a graúdos também, que decidiram adotar a perspetiva do Wuant, sem antes pesquisarem sobre o assunto.
E é sobre isto que quero falar hoje, sobre a Internet como um meio de desinformação. Acho super útil a facilidade com que podemos aceder a informação atualmente. Sempre que tenho uma dúvida ou sinto que quero saber mais sobre um assunto, à distância de um clique fico, na maior parte das vezes, esclarecida, posso é ter de ler e pesquisar mais ou menos, dependendo da matéria. E é também para isto que uso as redes sociais. Vi o vídeo do Wuant e fui pesquisar sobre isto do artigo 13 e possíveis implicações na Internet como a conhecemos. A verdade é que nunca tinha ouvido falar sobre esta questão e achei, genuinamente, que, se estivesse em causa uma alteração tão grande ao funcionamento da Internet e das próprias redes sociais, já teria ouvido falar sobre isto, seja nos meios de comunicação convencionais ou não.
E, surpresa das surpresas, encontro uma declaração da própria da Comissão Europeia sobre o assunto, disponível aqui, especialmente dirigida aos criadores de conteúdo. Eu entendo que os direitos de autor sejam muiiiiiiiiito mais difíceis de controlar na era digital, porque qualquer coisa que seja publicada em qualquer recanto da Internet é passível de ser recuperada e quiçá usada por outra pessoa. Talvez o exemplo mais visível que temos disto sejam os direitos de autor das músicas, mas pensemos que, também as fotos de viagens são frequentemente utilizadas por terceiros para promoverem o seu próprio canal de comunicação. E é importante proteger isto, é importante proteger quem cria sobre quem copia. E obviamente que as implicações disso no meio digital são diferentes das dos meios tradicionais. Portanto, o princípio do artigo 13 é excelente, a forma como vai ser implementado é que ainda me parece altamente indefinida, sobretudo porque este tópico ainda está em discussão na Comissão Europeia e o que está disponível é um primeiro draft da proposta de Diretiva Europeia.
A modos que me parece que nos devemos todos acalmar com isto. Acredito que vão haver algumas alterações e tenho receio que condicionem os conteúdos a que posso aceder, considerando que sou ávida consumidora de conteúdos produzidos fora da UE, mas, como em tudo, há um período de ajustamento e também havemos de conseguir viver com isso.
Agora, o que me parece é que devemos refletir sobre os assuntos, pesquisar e criar a nossa própria opinião, fundamentada e assente em factos. E sobre isto o Diário de Notícias também fez uma ótima peça, que podem ver aqui. Mais do que usar as redes e a informação a que temos acesso para adotar uma opinião e perspetiva, devemos sim usá-las para criar uma opinião, criar uma perspetiva. E é importante repensar sobre estes artigos sensacionalistas, que esta coisa de pensar por nós é cada vez mais rara, mas super valiosa.
Portanto digam-me lá, qual é a vossa opinião sobre isto?
Certamente que se aperceberam das fotos de roupa interior feminina que foram surgindo, ao longo dos últimos tempos, nas redes sociais como forma de protesto. Para aqueles que não estão a par, deixo-vos aqui todo o contexto.
São histórias como esta que me revoltam as entranhas. Como é que, em 2018, ainda continuamos a ter esta discussão sobre o que uma mulher deve ou não vestir e que direitos é que isso dá a outra pessoa?! Álaber uma coisa, cada pessoa pode e deve vestir extamente aquilo que quiser, quando quiser, desde que não infrinja nenhuma lei, e nunca, em momento algum, "está a pedir" o que quer que seja. Achei que, a esta altura, já estávamos todos cientes disto. Mas ao que parece não. E usar roupa interior rendada ou mais decotada é, aparentemente, demonstração de consentimento. Say whaaaaat?!
Como é que isto pode fazer sentido a alguém? Como é que este pode ser o argumento usado no julgamento de um violador de uma miúda (repito: mi-ú-da) de 17 anos?!
Eu admito que, individualmente, sou uma pessoa muito pouco preocupada com potenciais perigos, talvez demais até. Não me inibo de vestir o que me apetece ou de andar sozinha na rua a que horas for. Não me desvio para o outro lado do passeio quando me cruzo com um homem bêbedo, já noite cerrada. Não me inibo de apanhar boleia de pessoas que conheço menos bem. Não faço nada disto, seja por ingenuidade em acreditar que nos respeitamos mutuamente, seja por nunca me ter visto numa situação mais complicada. Eu não o faço e a verdade é que nunca senti necessidade de o fazer. E ninguém deveria ter de o fazer. Ninguém deveria ter de repensar a roupa interior, o caminho a percorrer ou o que quer que fosse por medo.
E nada, mesmo nada, deve ser confundido com consentimento. Não há consentimento só porque a pessoa usa um decote, uma mini-saia ou umas cuecas de renda. Não há consentimento só porque a pessoa está demasiado bêbeda para dizer que não. Não há consentimento quando a pessoa deixa de gritar por ajuda ou de lutar. Nada disto é consentimento.
E é lamentável que o suicído de uma miúda de 17 anos sirva para nos relembrar a todos disto.
Estamos em 2018. Temos carros elétricos e autónomos. Podemos encomendar comida a partir do nosso telemóvel. Aterramos na Lua. Enviámos sondas para Marte e além Via Láctea. Como é que isto ainda é uma discussão?!
Anseias para que as gasolineiras adiram à Black Friday.
Estou convencidíssima que isto era IN-CRÍ-VEL. Imaginem, 24h com os preços do combustível como o resto dos países da Europa...
Assim um descontinho de 20% e a gente já ficava feliz. Se quando uma blusa da Zara nos acena com um desconto de 2€ a gente fica louca, imaginem só um descontinho de 20% no depósito.
Estou com o carro na reserva, ali mesmo à justa sem ter a certeza de que amanhã vou conseguir chegar à estação, só porque estou à espera que amanhã as gasolineiras tenham um anúncio gigante de Black Friday.
Estou verdadeiramente perdida na adultez desta vida...
Sabem aquele flagelo de querer despir ou vestir uma camisola/camisa/blusa depois de ter feito a maquilhagem? Sabem aquela coisa de ficar com os colarinhos todos manchados? Sabem?
Vá, não me venham dizer que eu sou a única desastrada...
A não ser que gostem de andar ao estilo das blusas da Zara em época de saldos, tenho a solução. Se se despem com o WikiHow nos diz que devemos fazer (está ali na imagem em baixo, não precisam de procurar mais) e se têm o cabelo comprido, basta só que adaptem o processo e ponham o cabelo à frente do rosto antes de vestir ou despir a peça de roupa em causa. I know right? Life changing!
Sei que há por aí muito boa gente que primeiro despe as mangas e depois, quando a peça está ali pendurada só pelo pescoço, põe as mãos entre o colarinho e o rosto no sentido de prevenir o contacto direto entre a camisola/camisa/blusa e o rosto. Ora, ainda que reconheça que isto possa ser muito eficaz, dá-me demasiado trabalho e requer uma ginástica muito grande, sobretudo se for uma peça mais justa.
A modos que prefiro, mil e uma vezes, ser preguiçosa e usar este cabelo a meu favor. E como é que eu descobri que este método era inovador, perguntam vocês? Quando, num jantar de amigas, falávamos sobre este "flagelo" eu apresentei a minha solução e toooooooda a gente adorou a ideia. De forma que achei devia partilhar com vocês também, para que não andemos por aí com a make no ponto, outfit super arranjadinho e depois com um colarinho manchado por descuido.
Desculpem-me a ausência por aqui, mas voltar à minha cidade do coração é sempre agridoce. Sinto que passei o fim-de-semana em que lá estive a sorrir, sem outro motivo que não o facto de estar ali, naquela que, para mim, há-de ser sempre a cidade mais bonita do mundo.
Não me lembrava já das saudades que tinha do frenesim, dos sabores, dos sons e cheiros, mas mal pisei a estação de King's Cross senti-me, novamente, em casa. Sei que isto pode parecer um tanto ou quanto estranho, esta relação com uma cidade que não é a minha (ainda que também o seja). Já não sei ao certo quantas vezes estive em Londres, sei que todas elas foram diferentes, mas incrivelmente boas. Já nem sei ao certo quantas coisas boas e pessoas boas a cidade já me deu, mas são muitas, tantas ao ponto de ter perdido a conta e por tudo isso, vai ter sempre um lugar muito especial no meu coração.
Voltar a Londres, depois de tudo o que foram os últimos meses, com a minha melhor companheira de viagem, para estarmos com a nossa outra metade foi, verdadeiramente, arrebatador. E precisei de um bocadinho para me recompor. Já estou com saudades outra vez. Já pensei mil vezes em fazer as malas e rumar de vez. Para já, para já ficam as vontades que entretanto o M. já cá está de novo e com ele um pedacinho de casa. Mas as saudades da cidade, essas acho que ficam sempre, não importa o tempo que passe ou o quanto a cidade muda (que muda, sempre e a cada dia) e volte a vontade de a redescobrir.
Foi um fim-de-semana muito intenso. Tínhamos pouco tempo para tudo o que queríamos ver, porque a A. já não se lembrava bem da cidade e não conhecia algumas coisas e porque eu queria muito voltar aos sítios onde fui mais feliz. Trouxe comigo uma tendinite, mas valeu super a pena!
Riscámos todos os sítios obrigatórios do mapa - Picaddily Circus, Buckingham Palace, St. Jame's Park, Houses of Parliament, Big Ben (sortof porque está em obras), Hyde Park, Tower Bridge, Borough Market, Westminster Abbey, Covent Garden, Chinatown, Nothing Hill e, claro, a minha parte preferida - Camden. E fizemos muito aquilo que mais gosto e que já vos disse mil vezes, deambulamos pela cidade a absorver o que se passava à nossa volta.
Deixo-vos algumas fotos daquele que foi o melhor fim-de-semana dos últimos tempos, na minha cidade do coração, com as minhas pessoas. E desculpem-me o saudosismo, mas há mesmo alguma coisa de muito especial ali!
Deixo-vos aqui dois restaurantes que a-d-o-r-e-i e que valem super a pena, se estiverem a planear ir a Londres nos próximos tempos:
Dishoom
O melhor indiano a que já fui e o único onde fui tomar o pequeno-almoço.