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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

27.Abr.18

Sou só eu que ando toda trocada?

A pessoa esteve de férias durante uma semana, no bem-bom (mais sobre isso em breve) e volta para trabalhar dois dias, depois fica um dia em casa, agora volta e trabalha mais dois... E o que é que se avizinha? Mais um fim-de-semana, seguido de um dia de trabalho e depois o quê? Mais um dia de descanso!

Por muito bom que isto possa parecer, esta vida não é para mim gente! Ando completamente desnorteada da vida e sem energia para fazer n-a-d-i-n-h-a. Preciso de uma semana de trabalho completa com urgência para ver se volto a entrar no ritmo que ando aqui a parecer um zombie...

 

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23.Abr.18

Estamos onde queremos estar?

Há alturas em que somos assolados de questões existenciais: se estamos onde devíamos estar, se temos aquilo que merecemos ou se conseguimos fazer melhor, se estamos bem ou só acomodados, uma alarvidade de ses que começa a surgir. E eu não sei se é desta coisa de me estar a aproximar do quarto de século, mas tenho-me questionado muito sobre isto: se estou onde quero estar, nas várias dimensões da vida.

E se querem que vos diga não sei. E cada vez me sinto mais perdida no meio desta avalanche de questões e porquês. Se há coisas de que sempre tive a certeza que queria e que queria extamente assim, tenho-me questionado se valem a pena o esforço... Quer dizer, sempre fui uma pessoa cheia de ambições e ideias e projetos e parece que, aos quase 25 anos, estou mais ou menos adormecida, que é tudo mais do mesmo, sabem? Cadê a novidade? Cadê aquele friozinho na barriga?

Sempre adorei rotinas, a sério. Aquela coisa de acordar à mesma hora, tomar o mesmo pequeno-almoço, ir passear a minha cadela pelo mesmo caminho, ouvir a mesma playlist, ir aos mesmos sítios... Mas talvez só goste da rotina no que refere a estas coisas, porque isto de saber exatamente com o que contar também cansa... Sei que, aos olhos de muita gente, eu tenho muita sorte e que falo de barriga cheia, mas isso não invalida que eu queira mais na mesma, não é?

Não sei se estou onde quero estar gente. Nem sei se estou no caminho certo para onde quero ir. Porque na verdade nem sei bem para onde quero ir. E isto está a dar cabo de mim.

 

Desculpem-me o desabafo neste tom pesaroso a começar a semana, mas hoje é só mesmo para isto que dá.

05.Abr.18

Dos sítios que valem a pena #3 - Singapura

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Ora então, no verão passado fizemos umas super férias: Zurique - Singapura - Bali. Hoje vou falar-vos um bocadinho sobre Singapura e depois, se quiserem muito, falo dos outros sítios (brincadeirinha gente, aqui a amiga conta-vos tudo).

Admito que Singapura nunca me suscitou grande curiosidade, não só pelo facto de ser altamente desenvolvida e ter muito pouco ao nível de história, mas porque achei sempre que não teria muito que ver... Ainda assim, acredito que o equilíbrio, como em tudo, é essencial, a modos que lá embarquei nesta viagem sem grandes expectativas, admito. Singapura é tudo aquilo que eu achei que seria e mais um bocadinho. É uma cidade com um calor insuportável, edifícios lindos que só eles, comida m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a, lojas de babar, um sistema de transportes públicos de fazer inveja a todos os países do mundo, cara com'ó raio e, surpreendentemente, com muita coisa para ver.

Ficamos hospedados mais próximos da zona de Chinatown, num hotel modesto mas muito simpático, o Naumi Liora e com um conceito que nunca tinha visto, mas que aparentemente é comum em Singapura nos hotéis mais pequenos e que se trata, nada mais nada menos, do que o pequeno-almoço ser servido fora do hotel. Curiosos? Então imaginem, na rua do nosso hotel havia mais uma série de hóteis pequenos e uma padaria com um aspeto de babar, a modos que nenhum desses hóteis servia pequenos-almoços, em vez disso, os hóspedes recebem uma espécie de talão que dá acesso ao pequeno-almoço nessa tal padaria. Primeiro estranha-se, depois entranha-se gente. O pequeno-almoço era d-i-v-i-n-a-l!

Estivemos 3 dias em Singapura e batemos tudinho o que nos interessava. Ora atentem:

 

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 Desde logo o postal da cidade, o Gardens by the Bay que, tal como o nome indica, são uns jardins lindos sobre a baía. Para terem uma super perspetiva do Gardens by the Bay  é só mesmo subindo ao Marina Bay Sands que é só assim o hotel mais in de Singapura. Estão a ver aquelas três torres com uma ligação em cima, que parece uma nave espacial? Pois é gente, isso é tudo um hotel. E lá no cimo têm uma daquelas piscinas infinitas que devem saber pela vidinha no calor que se faz sentir, mas que, infelizmente, não é para o meu bolso. A utilização da piscina é reservada aos hóspedes, por isso não precisam de ter ideias gente, ou é que marcam lá estadia ou então esqueçam aquela fotos super trendy para o Instagram.

 

 

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Ainda assim, podem subir àquela pontinha ovalada da nave para uma espécie de miradouro sobre a cidade e tirar boas fotos na mesma, como esta:

 

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É também aqui que encontram o Supertree Grove, uma instalação de árvores metálicas bem ao estilo Avatar, linda que só ela, e que conta com um espetáculo de música e luzes, todos os dias. Vão para lá com tempo se quiserem assistir sentadinhos, porque aquilo fica à pinha todos os santos dias...

 

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Também tem uma espécie de caminhos entre as árvores (como podem ver pela foto de cima) que é mais uma forma de ter uma perspetiva dos jardins, mas como optámos pelo miradouro do hotel e achámos o preço destes ligeiramente absurdo, acabámos por não experimentar. Acredito que valham a pena, ainda assim. 

Passeámos também pela Helix Bridge até ao Merlion, Esplanade Park, Fort Canning Park (que é assim cutxi que só ele), à zona de Clarke Quay ( a que, sinceramente, não achei assim muita piada), e claro a Little India e Chinatown. Sinceramente não acho que Little India valha a pena, tem uns enfeites giritos e tal, mas a maior parte das ruas é muito suja e há zonas com um cheiro intragável a durian (que é só a fruta mais mal cheirosa de todo o sempre e que é proibida na grande maioria dos locais fechados, por isso imaginem). Já Chinatown foi a minha parte preferida da cidade, com um mix incrível de culturas e onde a comida é só assim de chorar por mais! Há imensos mercadinhos de rua, restaurantes e até stands de comida nesta zona que não só é muito mais acessível, como é super boa.

 

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A vista do Merlion

 

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 Little India

 

 

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Budha Tooth Relic Temple and Museum em Chinatown
(é lindo, lind, lindo)

 

Gostávamos muito de ter ido a Sentosa Beach, mas não conseguimos. No entanto, se forem com mais tempo, acho que valhe muiiiiiiiiiito a pena!

 

Então e compras, perguntam vocês? O centro comercial mais incrível que já vi foi, precisamente, em Singapura e é o The Shoppes na zona do Marina Bay. Imaginem um centro comercial com todas as high-end fashion stores, um ringue de patinagem e um canal gente! Um canal, com barcos e tudo! Gente, podemos deslocar-nos de barco num centro comercial, de barco! Como se estivéssemos em Veneza gente. Eu nem tenho palavras para isto! Para terem uma pequena noção eu não me senti, de todo, vestida para a ocasião, tal o luxo que emana daquele centro comercial. Mas ainda assim é engraçado e mesmo que, como eu, não comprem nada, acho que vale uma visita.

De Singapura trouxe umas bolsas (ou carteiras, como lhes queiram chamar) da Charles & Keith, uma marca local com peças super trendy e com ótima qualidade a preços bastante acessíveis. Caso tenham ideias de fazer compras em Singapura tenham atenção aos locais em que compram. Digo isto porque, quando chegámos, fomos revistados no aeroporto e foram-nos exigidos os talões de compra de t-u-d-o! 

 

Assim em jeito de balanço, acho que Singapura foi a cidade mais diferente que já visitei. Gostei muito, mas não faz tanto o meu género como cidades com mais história. A modos que, se procuram cidades com muitos monumentos históricos para visitar, decididamente que Singapura não é o sítio certo para vocês. No entanto, se gostam de cidades com muito movimento e edifícios espetaculares e espaços verdes assim de cortar a respiração, vale muito a pena visitar.

Caso planeiem uma viagem à Ásia, é quase inevitável fazer uma escala, por isso comparem preços e avaliem as opções. Afinal de contas, sempre podemos ficar a conhecer mais um pedacinho de terra, não é verdade?

 

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04.Abr.18

Quando se dá tempo de antena a quem não percebe nada do assunto...

Aqui há uns dias, numa dessas peças de alto calibre jornalístico, vi uma manifestação de trabalhadores em funções públicas pela igualdade salarial. Que ah e tal não era justo que colegas recebecessem mais do que quando faziam todos o mesmo trabalho e mimimi...

Ontem foi outra pérola: sobre o novo regime da contratação pública e um Plano de Apoio às Artes. Que agora vai ser preciso justificar porque é que aquela pessoa é mais apta a exercer o cargo de realizador do que outro qualquer, que até apresentaria um orçamento mais baixo. E o jornalista, indignadíssimo, ainda questiona como é que tal se pode provar recebendo aquela resposta magnífica de que ah e tal, não se pode, porque a arte é intangível. Ah!Ah!Ah!

Mas esta gente está toda parva ou quê?

Álaber, na Administração Pública existe uma tabela salarial. Simple as that. A pessoa é remunerada conforme a carreira (que por sua vez é determinada pela habilitação e cargo a que concorreu), anos de serviço, avaliações, etc. A modos que, claramente, vai existir um José, que até faz o mesmo trabalho que a Teresa, mas que, como entrou na Administração Pública há dois anos recebe os seus 1200€, ao passo que a Teresa, que já conta com 17 anos naquelas funções e consequentes avaliações de desempenho, recebe um salário de 1700€. Em boa verdade eles fazem o mesmo trabalho, está claro. Mas há aqui fatores diferenciadores, ou não há? Podem haver muitas questões de desigualdade salarial em muito lado, mas na Administração Pública Portuguesa esse não é o caso. Há uma tabela salarial que é cumprida, independentemente do género, e quem lá está sabe ao que vai. Se me podem vir dizer que o sistema de avaliação do desempenho na Administração Pública não é justo? Isso já é outra história, com a qual até posso concordar, agora não se venham aproveitar da falta de conhecimentos do comum cidadão para dizerem que o Estado não cumpre um princípio basilar, que é o da igualdade. 

Depois sobre a contratação do pessoal das artes: isto é para rir. Se o Plano de Apoio às Artes foi bem elaborado ou não, tenho as minhas dúvidas, porque afinal de contas para a banca há sempre fundos, mas para o pilar da sociedade, que é a cultura o caso já muda de figura. Mas then again, não estou bem por dentro deste assunto, a modos que prefiro não me alongar. Agora sobre a contratação pública e a necessidade de justificar opções ser um bicho de sete cabeças... Oi?! Como é que é?! Mas então em qualquer organização não tem de se justificar uma despesa?! Porque é que optámos pelo modelo X e não o Y? Ou porque é que queremos o catering da empresa A em vez do da empresa B? É que nem sempre o fator de escolha é o preço, podemos estar à procura de uma determinada característica que só aquele fornecedor tem... Agora é preciso justificar, né gente? Seja a compra de um computador, de uma cadeira ou a contratação de um realizador... É preciso justificar porque é que aquele é mais apto do que outro e não me venham com tretas de que a arte é intangível e as regras não podem ser aplicáveis. Sabem que mais? T-r-e-t-a-s! Tudo é passível de ser justificado, a justificação é que tem de se adaptar ao assunto... E muito menos me venham dizer que aquilo em que é gasto dinheiro público não tem de ser justificado, independentemente de ser tangível como um avião de combate a incêndios, ou intangível, como a arte... Ai isso é que tem! Tudo o que envolva o dinheiro público tem de ser gerido com cuidadinho, com respetivas justificações, porque senão depois é preciso ir pedir ajudas... Ou já estamos todos esquecidos? Agora que são usados subterfúgios isso também todos sabemos, mas o princípio da alteração ao código dos contratos públicos é precisamente esse, combater estas questões e promover um processo de aquisição mais transparente.

A modos que me enervam estas coisas de fomentar opiniões contraditórias no povo comum a pretexto da falta de informação. E claro que quando se dá tempo de antena a quem não percebe nada do assunto faz-se com que outros tantos fiquem sem perceber nada do assunto, mas pior, revoltadíssimos com o sistema. E vai-se a ver e afinal as pessoas até sabem o que andam a fazer...

03.Abr.18

Sobre ter amigos no masculino

Vi um post d'A Podenga Portuguesa sobre o drama de ter um amigo homem e pareceu-me que, de facto há muito a dizer sobre isto, numa perspetiva feminina.

Full disclosure: tenho mais amigos no masculino que no feminino. Aliás, sempre gostei mais de estar com rapazes do que com raparigas, sobretudo por haver menos drama. Claro que agora, aos quase 25 anos, estas questões já não existem. Tenho um grupo de grandes amigas e na verdade acho que nunca nos chateámos, acho que nunca houve dramas, propriamente ditos; mas sabem que na adolescência estas coisas são recorrentes e então lá andava eu, tendencialmente, com rapazes.

Tenho três grandes amigos desde os 6 anos de idade e portanto a nossa relação de amizade já é quase como família. No entanto, ao longo da vida fui colecionado outros e agora, ao escrever isto, apercebo-me que, afinal, tenho mais do que aquilo que achava. No entanto, há uma questão que se verifica em todas as relações de amizade que tenho, atualmente, com homens: houve, em algum momento, interesse de uma das partes em que fosse mais do que uma amizade (exceto naquelas que são de sempre, que isso não faz sentido, né?). E isto é uma coisa muito comum, na minha perspetiva. Não quer dizer que se tenham aproximado de mim com esse objetivo, mas que acabou por acontecer. A diferença está em como é que as pessoas escolhem lidar com isto.

Não é por um homem me dizer que tem sentimentos por mim que me afasto automaticamente. Quer dizer, se calhar agora, que estou numa relação séria, a coisa poderia ser diferente. Mas na altura as coisas não se passavam assim. Sempre pus as cartas na mesa quando me apercebi e / ou a pessoa em causa partilhou comigo... A partir daí era conforme a coisa evoluísse - algumas deram em belas amizades que ainda hoje se mantêm e que nos fazem rir por, em algum momento, se ter pensado numa opção diferente; outras dissolveram-se em nada, como acontece, inevitavelmente.

Obviamente que há homens que se aproximam sob o pretexto da amizade para tentarem algo mais, mas parece-me que, com a idade, isso tende a ser menos comum. Quer dizer, foi assim com o J., supostamente o objetivo era sermos amigos, mas é claro que nunca o fomos, porque houve alguma química desde o início. E ambos sabemos que, caso isto não corra bem, não conseguiremos ser amigos. Aliás, nem tão pouco percebo as pessoas que tiveram uma relação e conseguiram manter a amizade. Claro que, se estivermos a falar de um casamento, sobretudo com filhos, pode haver aqui alguma relação, mas acho que se torna quase uma relação familiar distante e não uma amizade. Quer dizer, pelo menos na minha cabeça isto não faz muito sentido.

Mas anyways, voltando ao nosso tópico: ainda que concorde com a Podenga em muitas das observações, há aqui algumas coisas que me fizeram matutar sobre este assunto.

Quer dizer, eu sou uma pessoa de pessoas e tenho muita necessidade de toque. Por isso, eu e os meus amigos temos uma relação próxima a esse nível. Também gosto de sentir alguma espécie de proteção. Não que precise, obviamente, mas gosto de sentir que se preocupam comigo, seja quando vamos sair e há / havia rapazes a aproximar-se, seja quando querem saber se cheguei bem a casa. E na verdade verifico isto nas amizades que tenho com rapazes e com raparigas.

Depois há outra coisa: desde sempre partilhei muito pouco da minha vida com as pessoas, ao nível de sentimentos, inseguranças e isso é válido para todas as amizades, independentemente do género, daí que não haja propriamente aquela coisa de querer entender comportamentos do outro. Não tendo a fazer isso e quando o faço é com a A., seja a outra pessoa homem ou mulher. Ou seja, também aqui não vejo diferenças em ter amigos no masculino ou no feminino.

A modos que, para mim, sempre foi mais simples ter amigos no masculino. A partir do momento em que os dois sabem que é uma amizade, está tudo bem (e sim gente, isso também é uma questão que acontece nos dois géneros). Ao contrário d'A Podenga, considero que ter amigos no masculino é do mais simples que há. Porque não há aquela necessidade constante de updates nem uma agenda social interminável que exige um prazo de aviso prévio de três semanas para uma saída e em que uma saída é muitas vezes vestir um fato-de-treino e ficar em casa, a jogar um jogo ou ver um filme, sem grandes necessidades de planos.

Miúdas, adoro-vos do coração! Mas que com os rapazes é tudo mais fácil, também acho que já sabem. A única coisa assim meia chata dos (meus) amigos no masculino é a falta de fotos giras para o Instagram que eles não têm paciência para os ângulos e luminâncias e tuditudi. Fora isso, são uns amores!

Curiosamente, com a idade, acho mais difícil fazer amigos e ainda assim os que vão surgindo são rapazes, invariavelmente.