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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

27.Nov.17

Coisas que me enervam

Não caibo em mim com a quantidade de expressões parvas que existem na língua portuguesa, mas há uma em particular que tem a capacidade de me enervar, aquela que faz com que todos os nervos do meu corpo reajam e se contorçam todos num esforço hercúleo em não esbofetear o anormal que está do outro lado.

E essa expressão é, nada mais, nada menos, do que aquela típica expressão utilizada quando se encontra uma pessoa que não se vê há imenso tempo e com quem não nos damos assim tão bem, mas que questiona:

- Então, está tudo bem ou não queres dizer?

Ah? Então, mas desculpem lá, alguém alguma vez responde que não quer dizer?! Alguma vez a conversa segue assim:

- Está tudo bem ou não queres dizer?

- Olha, desculpa lá, mas não quero dizer. E tu, como estás?

Gente, isto não faz sentido! Isto mexe-me com os nervos!

Alguém alguma vez vai dizer que não quer dizer? Porquê complicar? Porque não perguntar simplesmente se está tudo bem? Ah?

20.Nov.17

Pontas Soltas

Descobri que afinal ainda havia pontas soltas na minha vida, mais do que as que me conseguia lembrar e, ao que parece, este foi o ano em que as pessoas à minha volta quiseram resolvê-las. Estamos a falar de coisas várias que terminaram há anos, mas naquele terminar que nunca tinha ficado resolvido, verdadeiramente. Agora e por algum motivo tive direito às explicações que ficaram por dizer e aos devidos pedidos de desculpa, de ambos os lados.

Não vou mentir. Soube bem. Por muito que as feridas estejam saradas, é bom saber que não fomos só nós que ficamos com coisas por dizer, que afinal havia mais. Soube bem conseguir, finalmente, encerrar o assunto e seguir. Umas vezes com a certeza de que as coisas correram pelo melhor, outras vezes com a dúvida persistente de como teria sido. Tenho para mim que a vida acontece de formas curiosas e acabamos sempre por dar onde temos que dar, mas há sempre um "e se?".

Hoje apercebi-me desta nossa necessidade, independentemente do tempo, de resolvermos as coisas, de acabarmos com as pontas soltas que muitas vezes nem sabemos que temos. E não consigo perceber se isto é bom...

16.Nov.17

Acne: uma relação difícil

 

A acne surgiu na minha vida por volta dos 12 anos e foi piorando até aos 14 anos, sensivelmente, altura em que desenvolvi uma acne suprassumo. Não estamos aqui a falar de algumas borbulhinhas ou pontos negros, estamos a falar de verdadeiros vulcões com o topo amarelo que deixavam crateras e vermelhidões quando eu resolvia rebentá-los, e de todo o tipo de pontos negros.

A zona mais afetada sempre foi a testa. Usava inclusivamente uma franja para tapar os principais vestígios (sim, eu sei que fazia pior com a oleosidade do cabelo em contacto com a pele, mas experimentem lá vocês serem adolescentes com crateras assim e digam-me que não as vão tentar tapar de todas as formas possíveis e imaginárias), mas era ver todo o rosto a piorar, sobretudo naquelas alturas do mês, numa combinação das alterações hormonais com a quantidade industrial de chocolate e comida processada.

Experimentei todo o tipo de sabões mal cheirosos, cremes de supermercado ou de farmácia e mezinhas, tendo chegado, inclusivamente, a aplicar pasta dos dentes nas áreas afetadas para secar as borbulhas, mas que, na verdade, só servia para me manchar as almofadas e espalhar pedaços de pasta dos dentes ressequida nas sobrancelhas. Foi aos 14 anos que os meus pais perceberam que nada disto estava a resultar e que, para além disso, me estava a afetar verdadeiramente a autoestima, que decidiram levar-me a um dermatologista. Lembro-me de entrar no consultório da Dra. Margarida e ficar surpreendida com a pele dela, pensei que era assim mesmo que queria ficar (Ah! Ah! Quanta ingenuidade...).

Começamos com um tratamento à base de cremes, com a célebre tríade limpeza - proteção solar - cuidado específico de noite, em que alternava entre dois cremes – um deles o Diferin (que ainda hoje uso) e o Duac (que me deu cabo de todas as toalhas e fronhas, por despigmentar os tecidos). Como é óbvio isto não resultou e passado um ano decidimos experimentar a Isotretinoína. Fiz este tratamento durante 6 meses, combinado com uma espécie de peeling químico, e teve, de facto, resultados. A minha pele ficou muito mais limpa, não só na testa, mas no seu todo.

No entanto, nunca me vi livre da acne. Até hoje, com 24 anos, repeti o tratamento com Isotretinoína duas vezes, estou na terceira e ainda vou tendo alguns breakouts, apesar de todos os cuidados com o rosto e com a alimentação.

Esta jornada incutiu-me uma série de hábitos e cuidados com a pele e fez-me aprender muito sobre o que resulta e o que não resulta comigo. Aprendi que não há produtos milagrosos e que a alimentação tem, de facto, um papel muito importante na regulação dos episódios.

Deixo-vos aqui alguns dos meus produtos preferidos para a acne, mas se tiverem dúvidas espreitem este post da Ana que, com conhecimento técnico, vos consegue explicar melhor do que eu porque é que uma coisa funciona e a outra não.

 

Limpeza

 

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Aprendi a utilizar óleos para limpeza da pele com a Ana, depois de ver várias referências sobre isso no blog dela. E por isso, como não podia deixar de ser o meu eleito é o Camomile Silky Cleansing Oil da The Body Shop. No entanto, utilizo outro tipo de produtos para a limpeza da pele. O Boréade CL da Noviderm foi o meu aliado na adolescência e o Effaclar H Creme Lavante da La Roche-Posay foi o meu mais-que-tudo nos tratamentos com isotretinoína, por ser menos agressivo. Em termos de gel de limpeza o meu eleito é o Cleanance Gel da Avène.

 

 

Essenciais de dia

 

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Os meus cuidados no dia-a-dia seguem esta sequência. Em primeiro lugar utilizo o Boréade M. da Noviderm para hidratação da pele (sim, porque apesar de ser pele acneica, necessita de hidratação, desde que seja adequada) e que acho que resulta maravilhas - deixa a pele hidratada e matificada; em segundo lugar proteção solar (e isto é sagradinho), sendo o meu all time favourite Hyseacé da Uriage e que vou alterando entre o SPF 30 ou 50, mediante a altura do ano; e por fim utilizo o Effaclar Duo Unifiant da La Roche-Posay nos dias em que preciso de disfarçar alguma coisa e vou alterando os tons também mediante a altura do ano.

 

Cuidados específicos - breakouts

 

 

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Quem tem acne sabe que há dias particularmente dolorosos, em que do nada temos breakouts daqueles que dão comichão e tudituditudi. Ainda que não haja nenhum produto verdadeiramente milagoroso (pelo menos ainda não descobri nenhum, mas se conhecerem partilhem), estes são os meus preferidos.
Não se preocupem gente, eu não uso todos de uma vez! Aprendi que a pele se vai habituando aos produtos e, como tal, gosto de ir alternando. Num registo diário tenho tendência a utilizar o Differin da Galderma ou o Gel Concentrado Anti-imperfeições da Lierac Prescription por sentir que são os que mais acalmam a pele, ao mesmo tempo que permitem a cicatrização das imperfeições. Em casos mais pontuais recorro ao Benzac da Galderma ou ao Duac quando são afetadas superfícies maiores ou ao Sébologie da Lierac para borbulhas. Ainda que estes produtos sejam um bocadinho mais agressivos notam-se logo melhorias. Agora não recomendo é uma utilização prolongada, porque da minha experiência não resulta em nada de bom. 

 

Cuidados específicos - manchas

 

 

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Como bem sabem a acne deixa marcas, umas vezes mais profundas e que requerem peelings, outras vezes ficam algumas manchas onde antes existiam borbulhas. Por muito que vos digam que o Sol tira as manchas, não tira gente, não tira mesmo! Não arrisquem a que piore e abusem dos protetores solares, diariamente!
Ainda assim e porque as manchas persistem, estes são os meus produtos preferidos. O Gel Forte Salicilico da NeoStrata foi-me recomendado pela minha dermatologista e utilizei imenso após os tratamentos com isotretinoína e acreditem quando vos digo que resultou maravilhas, ainda que eu ache que é um bocadinho forte para usar em pele ainda reativa. Se ainda tiverem a acne muito ativa e a pele muito sensível não recomendo, no entanto se já estiverem numa fase mais calma acho que pode ser uma ótima opção. Já os séruns Azelac RU da SesdermaVinoperfect da Caudalie fazem maravilhas e são um ótimo cuidado diário. 

 

Tudo isto são sugestões que decorrem apenas e somente da minha experiência e de todas as coisas que leio sobre o tema. Nada disto dispensa uma opinião profissional. Recomendo-vos sempre a visita a um dermatologista para que possam perceber um bocadinho melhor o vosso problema, porque a acne não é toda igual nem tem toda as mesmas causas.
No entanto, se tiverem experiências que queiram partilhar para me dar algum alento nesta jornada ou conhecerem outros produtos dignos de referência deixem na caixa de comentários.

15.Nov.17

#metoo

Não, este não é um post em que me junto a todas as estrelas do mundo do espetáculo para contar a minha experiência de assédio. Nunca aconteceu.

Não obstante, acho curiosa esta súbita avalanche de relatos de assédio e/ou abuso. Atenção que não estou a desvalorizar estas questões, de todo. Só acho curioso que, neste tipo de questões, depois de haver uma brecha mínima toda a gente sinta a necessidade de pôr o bracinho no ar e dizer "eu também, eu também". Mas então se isso se passou em 1997 não acham que já podiam ter dito? Que podiam ter poupado esse sofrimento a outras pessoas ao denunciar? Não temos todos essa responsabilidade? Eu sei, eu sei. Agora podem-me dizer que o Weinstein é (ou era) uma pessoa muito influente e que ninguém agiu por medo das repercussões que isso pudesse ter tido na carreira. Mas não são influentes também a Angelina Jolie, embaixadora da ONU, ou a Gwyneth Paltrow?! Acharam mesmo que ninguém vos ia dar ouvidos se falassem?!

E depois vêm os relatos pormenorizados em toda a sua decadência, que ah e tal eu fui a uma entrevista no quarto de hotel dele e ele tentou isto ou aquilo. Desculpem lá, mas vocês achavam que iam para um quarto de um homem para fazerem o quê? Uma atriz de quem nunca ninguém ouviu falar, acabadinha de chegar a Hollywood e que é convidada ao quarto de um dos produtores mais influentes... Opá, achava que ia para o quarto dele trocar impressões do seu potencial papel na produção ou falar de trabalhos anteriores? Não me façam rir. Acharam mesmo, do alto da vossa ingenuidade, que aquele convite não trazia água no bico? A Sara Sampaio disse-o no WebSummit e disse muito bem: denunciem! Mas denunciem atempadamente. Façam o que estiver ao vosso alcance para que outras pessoas não caiam na esparrela. Não esperem que outros denunciem. Acreditem quando digo que isso vos tira alguma credibilidade.

E nem me façam questionar a veracidade de algumas destas acusações. É que é a vida das pessoas que é posta em causa, o seu bom nome, a sua idoneidade e a sua família. Eu não sei, mas tenho para mim que muitas das acusações a que temos assistido não têm fundamento e são só tentativas desespradas de tentar "aparecer". Espero mesmo estar enganada, porque com estas coisas não se brinca, mas é um feeling.

A este propósito, recomendo-vos (muito!) o filme dinamarquês Jagten, ou The Hunt, com o nosso queridinho Mads Mikkelsen sobre o poder da denúncia em casos deste tipo, fundamentada ou não.

Depois, claro, a nossa necessidade de criar um hashtag sempre que há alguma coisa. Primeiro foram os #prayfor qualquer coisa, Portugal pelos incêndios ou França pelos atentados. Agora é o #metoo. Sou só eu que acho esta moda absurda? Assim como rezar não resolve nada, dizer "eu também" não é suficiente. Woman up e falem, usem as plataformas disponíveis, mas façam-no logo! E, sobretudo, questionem as propostas que vos fazem, porque ter uma reunião de trabalho num quarto de hotel não é normal e ainda que vocês não queiram passa a mensagem errada. É o chamado "pôr-se a jeito"...

E pronto gente, eu não posso dizer #metoo. Nunca aconteceu.E ao contrário da Cristina Nobre Soares não foi por não andar sozinha à noite, não foi por medir a roupa que usava, nem tão pouco foi por fingir que não percebia. Foi por acaso, um bom acaso. E isso não devia ser uma exceção, devia ser a regra.

No entretanto vamos criando hashtags e fingir que resolvemos problemas.

10.Nov.17

É legítimo perguntarem-nos o salário?

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Trabalho na área de Recursos Humanos ou, como eu prefiro dizer, na área de Gestão das Pessoas e no LinkedIn surgem perspetivas muito interessantes sobre os mais diversos assuntos relacionados com esta área. Hoje, numa das minhas muitas incursões nesta rede, deparei-me com uma esta partilha que levanta uma questão verdadeiramente importante: é ou não legítimo, num processo de recrutamento, questionar sobre o salário anterior?

De facto a minha experiência em matéria de recrutamento é parca e, felizmente, não integrei muitos processos de recrutamento enquanto candidata ou quando o fiz não tinha ainda experiência profissional que justificasse uma questão deste género da outra parte, mas sei que esta é uma prática recorrente em processos de recrutamento e seleção e isso mexe-me com os nervos.

Depois de ter visto esta publicação e a discussão que se gerou, dei por mim num processo de reflexão sobre esta prática (aparentemente recorrente) dos profissionais de recursos humanos. Então mas em que é que este dado influencia a seleção ou não do candidato? O espetro salarial não estará, à partida, definido aquando da abertura de uma vaga?

Na situação específica da publicação que gerou esta discussão está em causa um processo de head hunting, aplicável, normalmente, a cargos com elevada responsabilidade e poder decisório e aí compreendo que o vencimento possa diferir, conforme as habilitações e experiência demonstrada, podendo este input do candidato ajudar a definir esse espetro. No entanto, das partilhas de experiência que se lhe seguiram, pessoas com os mais variados graus e experiências profissionais passaram pela mesma situção ou foram ainda questionadas sobre quanto achariam que deveriam auferir naquela posição?

Ora bem, parece-me a mim que, se em casos de elevada responsabilidade e poder decisório isto possa fazer sentido, outros há que terão muito pouca influência. Se há 5 técnicos de manutenção numa empresa e se os seus salários variam entre x e y também o do candidato se deve inserir nesse intervalo, ou não?

Na verdade, entendo esta questão como uma forma de as empresas justificarem a perpetuação dos salários inferiores face às competências demonstradas, pelo facto de colocarem o candidato numa posição constrangedora. Isto porque se eu, candidato, não quero parecer presunçoso e pôr em causa a seleção, se calhar dou como indicação um valor aquém do expectável... Por outro lado se reconhecer todo o meu potencial e os benefícios que posso acrescentar à equipa e indicar um valor de 2000€ (quando a empresa tinha previsto um salário de 1200€) posso ser tido como presunçoso e eliminado logo à partida. Não é mais fácil expôr as condições e o candidato optar se correspondem ou não às expectativas antes mesmo de se candidatar? Não acham que isso pouparia tempo e dinheiro a toda a gente?

 

Caros colegas de RH, se há um salário previsto para aquela função apresentem-no ao candidato. Exponham todas as condições e negoceiem. Agora não venham com rodeios, porque ainda que possam ser legítimos, não me parecem eticamente corretos.

 

 

 

07.Nov.17

Fazer tanto com tão pouco

No domingo o J. fez anos, 25. Era uma data importante, aliás, como é sempre, mas acho que este ano tinha uma peso um bocadinho maior...

O J. assumiu um novo desafio profissional e, como tal, não só trabalhou no seu dia de anos, domingo, como trabalhou 14h00 e saiu às onze da noite. Considerando ainda que eu me levanto às 05h30 para ir para o Porto, isto complicou um bocadinho a logística da celebração, sobretudo porque ainda não moramos juntos... Ainda assim, no domingo, tive mesmo a certeza que basta querer, basta motivação e podemos fazer tudo, com tão pouco.

Fui ter com ele no final do dia e fomos jantar. O único sítio aberto àquela hora era o McDrive (sim, porque vivemos em Guimarães e os centros comerciais fecham às 22h00 ou 23h00 e os restaurantes não estão propriamente habituados a receber clientes a partir destas horas) e então lá fomos. Foi um jantar maravilhoso, a verdadeira prova de que, na maior parte das vezes, o simples é o melhor.

Dei-lhe ainda uma pequena prenda e fiz-lhe um bolo, uma versão saudável de um dos bolos preferidos dele e estava d-i-v-i-n-a-l (se quiserem depois partilho a receita com vocês). Cantamos os parabéns no carro, com direito a velas e tudo, quase quase a passar o dia e foi assim só para lá de bom.

Sexta-feira há jantar à séria, com amigos e comida boa, mas tenho para mim que este aniversário vai ficar nas nossas memórias por muito tempo, por todos os bons motivos.

 

 

06.Nov.17

Dos sítios que valem a pena #2 - Ciés, Santiago, Corunha, Picos, Léon e Puebla de Sanabria

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Após quase dois anos sem férias, por motivos profissionais, consegui (finalmente!) ter férias este ano e decidimos fazer planos de forma a aproveitar todos os bocadinhos para descansar.

Depois de uma semana a dois de papo para o ar em Marrocos e de umas férias de sonho em Singapura e Bali, decidimos aproveitar a segunda quinzena de agosto para fazer uma coisa diferente.

Como tal, atracamos o smart com tudo o que precisávamos para a viagem – tenda, mochilas de campismo a rebentar (a minha), colchão, cadeiras e comida, muita comida… – e fizemo-nos ao caminho, numa viagem que foi planeada pelo J. (lucky me) e que tinha tudo para ser espetacular. O plano era Cíes – Santiago de Compostela – Corunha – Gijón e Picos da Europa.

Depois de três dias de muita praia, muito descanso e muito convívio nas Cíes (dado que nesta parte da viagem fomos com um grupo de amigos) como estava mega bom tempo optamos por desfrutar principalmente das praias, sabemos que ficaram algumas coisas por ver, mas como o resto da viagem se adivinhava mais cansativo, a opção nestes dias foi mesmo descansar; seguimos viagem em direção a Santiago de Compostela, desta vez já a dois. Como regressamos a Vigo ao final da tarde, a ideia foi mesmo só pernoitar e passar a manhã seguinte a descobrir as ruelas do centro histórico e os cantos e recantos da Catedral, que, por estar em obras, não nos permitiu apreciar a obra em todo o seu esplendor. Santiago é uma cidade vibrante, acolhedora e deliciosa, que vale muito a pena uma visita.

Após esta pit stop em Santiago, seguimos viagem em direção à Corunha. Aproveitamos a tarde para visitar a cidade, para passearmos pela ilha de Santa Cristina, para vermos o Castelo de San Antón, a praça de María Pía e percorrer o Passeio Marítimo. Admito que estava com mais expectativas para esta paragem, reconheço que é uma cidade com muito encanto, mas comparativamente às que visitámos, fica um pouco aquém.    

No dia seguinte rumamos em direção ao Parque Nacional dos Picos da Europa, mas optamos por parar em Gijón para o almoço. Foi uma paragem muito rápida, mas Gijón conquistou um lugar no meu coração pela singularidade. Parámos na Marginal para o almoço e ficamos a admirar a praia, ali mesmo, no centro da cidade. É lindo e vale muito a pena.

Depois desta pequena paragem seguimos viagem para o Parque Nacional dos Picos da Europa, em direção ao parque de campismo. As paisagens por todo o caminho são, verdadeiramente, de cortar a respiração para quem, como nós, gosta da natureza… Fizemos várias paragens até ao destino para conseguirmos captar toda aquela magnitude e imponência. As estradas são más e tudo demora o triplo do tempo que deveria, mas a paisagem compensa, muito, e ainda que só se vissem jipes nas estradas o nosso Smart portou-se à altura.

Fizemos a Ruta del Cares, um percurso de 11km com vistas absolutamente maravilhosas e umas lagoas g e l a d a s, mas que nos souberam super bem. Passamos ainda por Caín, Tanes e outras pequenas populações no seio do Parque. Adorei cada segundo passado nos Picos da Europa. Se é verdade que esperávamos mais do Parque de Campismo, tudo o resto superou as expectativas. Acabamos por mudar os nossos planos e ficamos 3 dias nos Picos da Europa. Depois seguimos para Léon.

A caminho de Léon decidimos parar em Riaño, que é assim só o sítio mais saído de um conto de fadas de sempre. Riaño é uma pequena cidade de cenários idílicos, que vale muito a pena uma visita.

Seguimos para Lèon, uma visita também inesperada, mas que nos surpreendeu muito. A cidade é linda, vibrante, tem imenso património histórico e é tudo de bom. Estivemos em Lèon pouco tempo, mas visitamos a Catedral, a Basílica, o Arco do Triunfo da Calçada dos Heróis, a Plaza Mayor e a Plaza de los Fundadores e em cada recanto encontramos mais e mais motivos para adorarmos a cidade.

No dia seguinte, o último da viagem, decidimos não fazer uma viagem sem graça no regresso a casa e então optamos por parar em Puebla de Sanabria, assim mesmo por acaso e pelo facto de termos visto no Google Maps que era uma cidade mais ou menos grande e pertíssimo de um Parque Natural com uma praia fluvial. Foi assim a melhor maneira de terminar estas férias. Puebla de Sanabria é super tudo!

Adoramos esta viagem e foi tudo uma série de acontecimentos inesperados, mas muito felizes.

 

Deixo-vos algumas fotos:

 

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Praia de Rodas, Ciés

 

 

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 Santiago de Compostela

 

 

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A Coruña

 

 

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Gijón

 

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Tanes

 

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Caín

 

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 Ruta del Cares

 

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  Ruta del Cares

 

 

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  A vista no Parque de Campismo

 

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 Riaño

 

Como fizemos esta viagem numa ótica low-cost, deixo-vos a indicação dos alojamentos em que ficamos. Pela relação qualidade-preço acho que valem todos muito a pena:

Cíes: Camping Islas Cíes

Ficamos no Parque de Campismo da ilha, o único local disponível para pernoitar, e tenho a dizer que, considerando que se trata de uma ilha e, simultaneamente, de uma reserva natural, o parque tem ÓTIMAS condições. Há água quente para o banho, os balneários e as casas-de-banho são suuuuper limpos, há água potável disponível para toda a gente, há muita sombra para montar o acampamento, o único senão é mesmo a questão da luz… De um modo geral, e considerando que no ano passado acampamos nas Berlengas, recomendo muito este parque. Para os menos aficionados do campismo, há uma outra modalidade disponível, mais ao estilo glamping, em tendas de lona com vista para o mar e uma cama com todo o ar de ser super confortável.

Santiago de Compostela: Hospedaje José Rey

Uma casa com decoração dos anos 80 transformada numa simpática hospedagem, é a melhor forma de descrever este alojamento. Como ficamos só uma noite, não aproveitamos a piscina que o alojamento disponibiliza (que é de sal e de água aquecida), com exceção de um mergulho à chegada, mas o quarto era muito bom e o dono uma simpatia. Uma boa opção.

Corunha: Apartamentos Attica 21 Portazgo

Depois de 4 dias a comer, essencialmente, conservas, optamos por um apartamento de forma a conseguirmos cozinhar. O apartamento tem tudo de bom e está relativamente bem localizado, a uma pequena caminhada da praia de Santa Cristina.

Picos da Europa: Camping El Cares Picos da Europa

Nos Picos da Europa não fazia sentido outra opção que não o campismo e por isso, não obstante a enorme oferta, optamos por este, bem no meio da montanha (um suplício fazer aquelas estradas num smart). Tínhamos as expectativas um bocadinho altas para este parque, o que acabou por funcionar contra nós. Ainda que tenha uma vista espetacular e haja alguma dinamização e atividades disponíveis, o parque carece de algumas estruturas de apoio. No entanto, funcionou perfeitamente e já morro de saudades de acordar todos os dias com esta vista.

Léon: Hostal Londres

Depois de termos decidido, um bocadinho em cima do joelho, que não queríamos fazer a viagem Picos da Europa – Casa seguida, optamos por fazer outra paragem. Após alguma pesquisa, optamos por pernoitar na cidade de Léon e que ótima decisão! Este hostel foi um achado, pagamos 30€ por uma noite, em quarto privativo com casa de banho partilhada, bem no centro da cidade. Admito que estive muito tempo à procura de um defeito, mas não encontrei outro para além das paredes azuis e da decoração, que já sabíamos, à priori, que não seria grande coisa.

02.Nov.17

Escapadinhas #1 - Serra da Estrela

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 Aproveitamos o fim-de-semana do 5 de outubro para fazer as malas rumo à Serra da Estrela. 

Eu sei, eu sei... Nesta altura não há neve, então porquê a Serra da Estrela? Na verdade, nem eu nem o J. gostamos de neve; por outro lado adoramos montanha e depois da ótima experiência nos Picos da Europa (mais sobre isso em breve), optamos por (re)visitar a Serra nesta altura. Por isso, na quinta-feira rumamos à Serra, com uma pequena paragem em Viseu para o almoço.

Ficamos hospedados na Covilhã, no Puralã Wool Valley Hotel e Spa, um hotel super acolhedor, recentemente renovado e bem no centro da cidade, como se quer.

Contrariamente ao que esperávamos quando reservamos este fim-de-semana prolongado, estava um calor abrasador. Aproveitamos a tarde de quinta-feira, dia 5, para descansar e usufruir do hotel, sem pressas ou compromissos, como deve ser nestas alturas. Acabamos por jantar no hotel e meus caros, o buffet é assim para lá de maravilhoso. Se, como eu, não resistem a uma boa tábua de queijos preparem-se para a desgraça. Para além disso, tem tudo de bom, com imensas opções saudáveis ou um pouco menos, mas assim de um modo geral a comida era ótima!

Na sexta-feira decidimos explorar a Serra e como tal fomos fazer trilhos. Optamos por seguir as sugestões do Sérgio e da Sandra e fizemos o percurso pela Lagoa Comprida até ao Covão dos Conchos, o famoso Buraco.

Como dormimos até tarde só iniciamos o percurso por volta das 11h30, ou seja, com imenso calor e só uma garrafa de água... São 9km de percurso, de dificuldade média. No entanto tenham atenção onde põem os pés, o piso é super irregular e como tal pode dar origem a quedas (no meu caso e como sou super distraída com isto caí umas duas vezes).

A paisagem ao longo do percurso é bonita, mas muito aquém daquilo que estava à espera. Claro que, como toda a zona está em seca isso nota-se na aridez dos solos e no nível de água nas lagoas. Quando (finalmente) chegamos ao Covão dos Conchos, apanhamos a maior desilusão. Pelo nível das águas estava super baixo, não conseguimos ver o Buraco em todo o seu esplendor, mas simplesmente uma estrutura de betão parcialmente acima da água, ou seja, fizemos todo o percurso para lá da Lagoa Comprida, apanhamos um mega escaldão e não conseguimos ver nada do que esperávamos.

Depois de termos terminado o trilho, seguimos para Loriga, uma pequena vila conhecida como a Suíça Portuguesa. Loriga tem uma praia fluvial absolutamente espetacular, para além de ser super bonita.

No sábado rumamos à Torre. A última vez que visitei a Serra foi há cerca de 8 anos e estava tudo tal e qual como me lembro, o que me custou um bocadinho. A paisagem é inegavelmente bela e toda aquela zona podia ser tão melhor aproveitada que dá pena. Durante a tarde exploramos o centro da Covilhã, uma cidade bem pequenina, mas com imenso caráter.

Domingo, depois de mais um pequeno-almoço maravilhoso foi tempo de regressar a casa, com as baterias recarregadas.

Foi um fim-de-semana muito bom e que permitiu relaxar, sobretudo isso. Desligar de tudo o resto.

Voltava já outra vez.

 

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 Lagoa Comprida

 

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  Praia Fluvial de Loriga