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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

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03.Abr.18

Sobre ter amigos no masculino

Vi um post d'A Podenga Portuguesa sobre o drama de ter um amigo homem e pareceu-me que, de facto há muito a dizer sobre isto, numa perspetiva feminina.

Full disclosure: tenho mais amigos no masculino que no feminino. Aliás, sempre gostei mais de estar com rapazes do que com raparigas, sobretudo por haver menos drama. Claro que agora, aos quase 25 anos, estas questões já não existem. Tenho um grupo de grandes amigas e na verdade acho que nunca nos chateámos, acho que nunca houve dramas, propriamente ditos; mas sabem que na adolescência estas coisas são recorrentes e então lá andava eu, tendencialmente, com rapazes.

Tenho três grandes amigos desde os 6 anos de idade e portanto a nossa relação de amizade já é quase como família. No entanto, ao longo da vida fui colecionado outros e agora, ao escrever isto, apercebo-me que, afinal, tenho mais do que aquilo que achava. No entanto, há uma questão que se verifica em todas as relações de amizade que tenho, atualmente, com homens: houve, em algum momento, interesse de uma das partes em que fosse mais do que uma amizade (exceto naquelas que são de sempre, que isso não faz sentido, né?). E isto é uma coisa muito comum, na minha perspetiva. Não quer dizer que se tenham aproximado de mim com esse objetivo, mas que acabou por acontecer. A diferença está em como é que as pessoas escolhem lidar com isto.

Não é por um homem me dizer que tem sentimentos por mim que me afasto automaticamente. Quer dizer, se calhar agora, que estou numa relação séria, a coisa poderia ser diferente. Mas na altura as coisas não se passavam assim. Sempre pus as cartas na mesa quando me apercebi e / ou a pessoa em causa partilhou comigo... A partir daí era conforme a coisa evoluísse - algumas deram em belas amizades que ainda hoje se mantêm e que nos fazem rir por, em algum momento, se ter pensado numa opção diferente; outras dissolveram-se em nada, como acontece, inevitavelmente.

Obviamente que há homens que se aproximam sob o pretexto da amizade para tentarem algo mais, mas parece-me que, com a idade, isso tende a ser menos comum. Quer dizer, foi assim com o J., supostamente o objetivo era sermos amigos, mas é claro que nunca o fomos, porque houve alguma química desde o início. E ambos sabemos que, caso isto não corra bem, não conseguiremos ser amigos. Aliás, nem tão pouco percebo as pessoas que tiveram uma relação e conseguiram manter a amizade. Claro que, se estivermos a falar de um casamento, sobretudo com filhos, pode haver aqui alguma relação, mas acho que se torna quase uma relação familiar distante e não uma amizade. Quer dizer, pelo menos na minha cabeça isto não faz muito sentido.

Mas anyways, voltando ao nosso tópico: ainda que concorde com a Podenga em muitas das observações, há aqui algumas coisas que me fizeram matutar sobre este assunto.

Quer dizer, eu sou uma pessoa de pessoas e tenho muita necessidade de toque. Por isso, eu e os meus amigos temos uma relação próxima a esse nível. Também gosto de sentir alguma espécie de proteção. Não que precise, obviamente, mas gosto de sentir que se preocupam comigo, seja quando vamos sair e há / havia rapazes a aproximar-se, seja quando querem saber se cheguei bem a casa. E na verdade verifico isto nas amizades que tenho com rapazes e com raparigas.

Depois há outra coisa: desde sempre partilhei muito pouco da minha vida com as pessoas, ao nível de sentimentos, inseguranças e isso é válido para todas as amizades, independentemente do género, daí que não haja propriamente aquela coisa de querer entender comportamentos do outro. Não tendo a fazer isso e quando o faço é com a A., seja a outra pessoa homem ou mulher. Ou seja, também aqui não vejo diferenças em ter amigos no masculino ou no feminino.

A modos que, para mim, sempre foi mais simples ter amigos no masculino. A partir do momento em que os dois sabem que é uma amizade, está tudo bem (e sim gente, isso também é uma questão que acontece nos dois géneros). Ao contrário d'A Podenga, considero que ter amigos no masculino é do mais simples que há. Porque não há aquela necessidade constante de updates nem uma agenda social interminável que exige um prazo de aviso prévio de três semanas para uma saída e em que uma saída é muitas vezes vestir um fato-de-treino e ficar em casa, a jogar um jogo ou ver um filme, sem grandes necessidades de planos.

Miúdas, adoro-vos do coração! Mas que com os rapazes é tudo mais fácil, também acho que já sabem. A única coisa assim meia chata dos (meus) amigos no masculino é a falta de fotos giras para o Instagram que eles não têm paciência para os ângulos e luminâncias e tuditudi. Fora isso, são uns amores!

Curiosamente, com a idade, acho mais difícil fazer amigos e ainda assim os que vão surgindo são rapazes, invariavelmente.

 

 

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