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Loose Lips

Devaneios sobre tudo e sobre nada.

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23.Mai.18

Dos sítios que valem a pena #4 - São Miguel, Açores

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Estive em São Miguel há cerca de quatro anos, com os meus pais e soube que um dia tinha de levar o J. lá. Sabia que ele ia adorar.

Foi por isso que este ano, em abril, aproveitamos uma semaninha de férias para dar lá um salto. Estivemos lá 4 dias, mais dois de viagens, que isto de viajar com low-cost implica sujeitarmo-nos aos horários estranhos, e deu perfeitamente para vermos t-u-d-i-n-h-o.

Alugamos um carro, através da Ilha Verde, porque era a única maneira de vermos tudo o que queríamos ao nosso ritmo. Da última vez em que estive lá fiz uma espécie de circuito pré determinado e o facto de não ter esta liberdade incomodou-me um bocadinho, a modos que desta vez optámos por alugar um carro. Obviamente escolhemos a opção mais barata e atribuiram-nos um Nissan Micra que não nos encheu as medidas, por isso caso haja uma próxima vez, o critério será outro para além do preço. Quanto ao estacionamento e por sugestão da nossa host deixámos sempre o carro no Parque de Estacionamento do Mercado, que não só é gratuito, como ficava bem perto do alojamento e do centro.

Ficamos hospedados em Ponta Delgada, no 1ofushostel, e adoramos! Já sabíamos que não íamos ter grandes luxos e é verdade que não tivemos, mas o hostel é queridinho que só ele, e a Patrícia, a host, foi super atenciosa o tempo todo que lá estivemos. Escolhemos um hostel desde logo porque não queríamos gastar muito dinheiro, porque as férias a sério ainda hão-de vir, e depois porque queríamos cozinhar. O J. tem, tendencialmente, uma alimentação regrada (eu tento acompanhar, vá) e desta forma conseguimos garantir tudo aquilo de que gostamos e não sair muito do orçamento, o que foi ótimo. Já estivemos em hostéis que, apesar de terem as condições para cozinhar, os hosts não achavam muita piada a que o fizessemos sempre, mas aqui nunca sentimos isso. Foi mesmo como se estivéssemos em casa e foi muito bom! O hostel fica bem no centro da cidade, por isso depois de estacionar o carro, fazíamos tudinho a pé.

Ora então, não tivemos grande sorte com o tempo. Da primeira vez que estive lá foi no final de julho e apanhei um calor abrasador todos os santos dias, por isso não estava bem à espera de uns Açores chuvosos e nublados. O primeiro dia foi um completo tiro ao lado. Em Ponta Delgada estava um clima tropical, com aquele calor insuportável e humidade que deixa os cabelos todos no ar, sabem? Ora, pareceu-nos um bom presságio e rumámos às Setes Cidades. Pois que no caminho começa a chover como se o mundo fosse acabar naquele instante e, obviamente, não deu para ver nadinha. Quando saí do carro, na ponte que separa a Lagoa Verde da Lagoa Azul achei mesmo que ia ser levada pelo vento, a modos que no final da manhã acabámos por desistir e regressámos a Ponta Delgada para passear pela cidade que, apesar de pequenina, é muito, muito gira.

No segundo dia fomos visitar a zona das Furnas. Passeámos pela zona das Fumarolas e vimo-los a tratar do cozido, que é só a oitava maravilha deste mundo, explorámos lá uma pequena selva ao lado, a Lagoa das Furnas e fomos até à Capela de Nossa Senhora das Vitórias que, na verdade, parece abandonada, mas que é super imponente e um tanto ou quanto assustadora. Passamos a manhã por aqui e depois, claro está, fomos ao cozido. Depois de muitas sugestões optámos por ir ao Tony's que, pelos vistos, é mega conhecido, e tenho-vos a dizer que não desiludiu. Na primeira vez tinha experimentado no Terra Nostra Garden, mas este não desiludiu e o preço foi super simpático. Dica: façam sempre a reserva antecipadamente!

 

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 Furnas

 

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 Lagoa das Furnas

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 Capela de Nossa Senhora das Vitórias

 

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 A tal da pequena selva

 

Da parte da tarde rumámos à parte boa: Parque Terra Nostra e Poça da Dona Beija, dois musts absolutos! Quando estive lá visitei o Parque Terra Nostra, mas como tínhamos pouco tempo, acabamos por ficar só pela piscina e ainda assim trazer muitas histórias por contar - a água é mesmo muito turva, ou seja, não se vê nadinha à frente, a modos que, caso tenham a brilhante ideia de se despirem e atirar o biquíni / fato de banho, certifiquem-se que não tem nenhuma pequena peça de metal que o faça afundar, senão digam adeus. Desta vez, com mais tempo, visitámos o Parque toooooodo e é lindo que só ele. E depois, claro, ficámos de molho naquela água maravilhosa até não querermos mais. A entrada no Parque tem um custo de 8€, mas acreditem que vale muiiiiiiiiiito a pena e as fotos falam por si!

 

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 Parque Terra Nostra

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 Parque Terra Nostra

 

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 Parque Terra Nostra

 

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 A mítica piscina do Parque Terra Nostra

 

Depois de termos explorado o Parque todo e de nos termos banhado até ficarmos com a pele encarquilhada, seguimos rumo à Poça da Dona Beija. Quando lá estive não ouvi falar, mas de há uns tempos para cá toda a gente que conheço que foi a São Miguel me fala da Poça da Dona Beija, que é a melhor coisa do mundo, que devíamos poder ser sócios daquilo e mimimi. A modos que lá fomos nós e gente, acreditem que eu ia com as expectativas altas, mas superou t-u-d-o!

Basicamente a Poça da Dona Beija é composta por 5 poças / piscinas, das quais 4 de água bem quente, a rondar os 39 / 40 ºC e outra com temperaturas na ordem dos 21º (que está sempre vazia). Está aberta durante todo o dia, até às 23h00, e o valor da entrada é de 4€ por pessoa. Nós fomos ao final da tarde e parece-me ser a melhor altura para visitar, porque não estava muita gente. Vale mesmo muito a pena! Não só é tudo super giro, como tem ótimas condições ao nível dos balneários e estruturas de apoio, como, sobretudo, a água é mesmo quente! Fomos a todos as piscinas termais de São Miguel e acho que esta é mesmo a mais quente! Tanto que eu, como tenho tensões baixas, tinha de estar constantemente a sair parcialmente da água para arrefecer e prevenir uma cena.

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 Poça da Dona Beija

No terceiro dia andámos um bocadinho all over the place.

 

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Lagoa do Fogo

 

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 O J. numa espécie de publicidade à Carhartt

Começámos o dia na Lagoa do Fogo, a caminho da Caldeira Velha. A Lagoa, como tudo em São Miguel, é linda! Adoro as cores e a vibe de São Miguel. Aproveitámos esta paragem para fazer uma pequena caminhada até ao pé da Lagoa, ou pelo menos a ideia era essa, mas como começou a chover imenso (coisa muito típica nesta altura), abortámos a missão e regressámos à base. Seguimos em direção à Caldeira Velha e devo admitir que desta vez não gostei tanto, pelo facto de grande parte do parque estar fechada e só ser possível o acesso à zona das lagoas. Digo isto porque já conhecia a Caldeira Velha e adorei! Ainda assim, esta foi a lagoa que o J. mais gostou, pelo facto de sentirmos mesmo que estamos no meio da Natureza.

 

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 A lagoa mais famosa, pela cascata natural, é também a que tem as temperaturas mais frias (média de 20 ºC)

Depois de termos estado de molho durante quase 1h30, dado que o bilhete só permite a permanência no Parque durante 2h (o preço varia conforme queiram usufruir das piscinas ou não), rumámos em direção às plantações de chá Gorreana, não sem antes pararmos para almoçar com uma vista de babar no Miradouro de Santa Iria. Já lá tinha estado, mas a paisagem é verdadeiramente arrebatadora e tem a capacidade de surpreender, sempre! Daí rumámos ao Parque da Ribeira dos Caldeirões, que também já conhecia, mas que vale muiiiiiiiiito a pena uma visita.

Olhem só algumas das fotos:

 

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 Miradouro de Santa Iria

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 Miradouro de Santa Iria

 

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 Plantações de chá Gorreana

 

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 Parque da Ribeira dos Caldeirões

No caminho de regresso a casa, descobrimos que havia uma pequena Lagoa nas proximidades, a Lagoa do Congro e decidimos ir explorar. O acesso à Lagoa não é o melhor, de facto, e exige uma caminhada de aproximadamente 20 min, com muitos tropeções pelo meio, até termos um vislumbre da Lagoa. Gente, e que Lagoa! Senti que estava algures numa zona remota das Ilhas Phi Phi, não só pela exuberância de cores, ainda que num tom ligeiramente mais esverdeado, mas também pelo próprio enquadramento da Lagoa. É linda, linda, linda e não me canso de a recomendar.

 

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 Lagoa do Congro

 

No quarto e último dia repetimos o plano que tínhamos para o primeiro dia e revisitámos a Lagoa das Sete Cidades e (finalmente!) conseguimos admirá-la em todo o seu esplendor. Eu já lá tinha estado, mas é sempre arrebatador. O J. ficou estupefacto com a beleza e não é mesmo para menos... Não admira mesmo nada que isto seja um dos postais de visita de São Miguel. E que lindo! E o Monte Palace Hotel é i-n-c-r-í-v-e-l! E a vista senhores, a vista! Não consigo entender como é que ainda ninguém pegou naquilo e o melhorou, porque apesar de reconhecer que está, de facto, um pouco deslocado, acho que com um spa de cortar a respiração não faltaria público.

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 Lagoa das Sete Cidades

 

Depois de termos admirado a paisagem até mais não, descemos até às Lagoas que constituem as Sete Cidades, a Lagoa Verde e a Lagoa Azul e, como estava bom tempo e somos entusiastas de canoagem, decidimos alugar uma canoa. Regra geral, optámos sempre pelos locais menos convencionais para estas coisas, a modos que escolhemos um stand singelo de um senhor, sem nenhum tipo de publicidade. Para além de simples, o senhor foi super simpático e não só nos alugou a melhor canoa em que já estivemos (super grande, confortável e funda, que permite resguardo da água), como foi super barato! Pagámos 10€ por uma hora gente.

Acho que a melhor experiência de canoagem que tivemos foi mesmo em Riaño, como vos mostrei aqui, porque a paisagem é saída de um conto de fadas, mas acho que esta não ficou muito atrás. Se gostarem recomendo muito!

 

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Depois de termos aproveitado tudo o que as Sete Cidades tinham para nos oferecer, rumámos em direção à Ponta da Ferraria. Apesar de não conhecer, toda a gente me falava da Ponta da Ferraria, que era um ponto de visita obrigatório, que era espetacular e mimimi, a modos que a curiosidade foi aumentando e decidimos lá ir. E, gente, é incrível! O caminho até lá é horrível, sobretudo se forem, como nós, num carro alugado e com um mini motor, mas depois compensa tudo.

Senti-me numa espécie de território lunar com mar, não sei se isto faz muito sentido... A zona é muito rochosa, numa tonalidade muito escura e com atividade vulcânica, ou seja, as rochas são muito quentes. Há, inclusivamente, uma zona em que se cria uma espécie de piscina natual em que a água do mar atinge os 40ºC, por causa do contacto com a temperatura das rochas. 40!!! Infelizmente não conseguimos aproveitar a piscina, porque só se consegue entrar quando a maré está baixa e, na altura em que lá estivemos, isso acontece por volta das 19h00, a modos que não deu. Mas recomendo muito, porque deve ser mesmo espetacular e na altura do verão as marés estar a vosso favor. Deixo-vos algumas fotos para perceberem o que estou a dizer:

 

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 Aqui conseguem ver a pisicna natural, com aquelas escadas de acesso e uma corda que permite que as pessoas se agarrem.

Como podem perceber, a menos que quisessemos cambalear um bocadinho contra as rochas, não era uma boa altura para entrar.

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 Conseguem perceber o que vos digo de parecer território lunar com mar?

 

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 A vista incrível do outro lado da Ponta da Ferraria.

 

Por último, no regresso a Ponta Delgada, fizemos mais uma paragem obrigatória nas plantações de ananáses. Escolhemos a Plantação de Ananases A. Arruda que era a que eu já tinha estado e na realidade é a mais conhecida. Ainda que seja um ponto de visita obrigatório, não achem que é um sítio incrível, com paisagens de cair para o lado e coisas que tais. Na verdade, aquilo é composto por uma série de estufas com as várias fases da plantação de um ananás, ou seja, tem um caráter muito informativo. Eu, pelo menos, fiquei a saber que um ananás demora 24 meses a estar pronto para ser consumido. Oi?! Claro que assim os que se comem lá são super bons, saborosos e recheados de sumo, está claro... Demoram 24 meses!

 

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   Plantação de Ananáses A. Arruda

 

Então e a comida?! Ai gente! Sinto que se vivesse em São Miguel engordava aí mais uns 15kg porque a comida deles é só para lá de espetacular. Apesar de uma das nossas principais motivações em reservar um hostel ter sido cozinhar e, deste modo, aproveitar para não só não gastar muito dinheiro, como não cometer grandes exageros, acabámos por fazer três refeições fora. O cozido no Tony's, de que já vos falei lá em cima, e visitamos ainda A Tasca e a Taberna Açor, ambas bem pertinho do nosso alojamento e d-i-v-i-n-a-i-s. O estilo é um bocadinho diferente: A Tasca tem um ambiente um pouco mais seletivo e, apesar do nome, a comida é um tanto ou quanto elaborada, mantendo as raízes da comida tradicional, para além de ser significativamente mais cara. Recomendo muito o bife de atum gente! Mesmo muito!; por outro lado A Taberna Açor tem um ambiente muito mais informal e destaca-se pela sopa de peixe no pão e pelas tábuas de enchidos e queijo, que são ótimas. Eu, pessoalmente, prefiro a Taberna, mas acho que ficam bem servidos em qualquer uma delas. Dica: Façam reserva em qualquer um deles, porque estão sempre, sempre à pinha.

 

 

Foi a minha segunda visita a São Miguel e morri de amores all over again.Acho que é uma ilha incrível, com imenso para ver e visitar, mesmo que não venha nos guias turísticos. Recomendo muito, muito, muito a viagem!

 

Para os cursiosos, as fotos foram todas tiradas com o Huawei P20 e não há qualquer tipo de edição. Sim gente, o telemóvel é mesmo incrível!

 

 

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